O MOC em números

17/01/2007

O Semi-Árido, região que equivale a 86% da Região Nordeste, é caracterizado pela distribuição irregular das chuvas e por longos períodos de seca. Na Bahia, o Semi-Árido é a região mais pobre do Estado apresentando os piores indicadores sociais.

A Região Sisaleira, área de atuação do Movimento de Organização Comunitária (MOC), está encravada no semi-árido baiano e também é conhecida por apresentar períodos de estiagem que contribuem para o agravamento dos problemas sociais.

Em julho de 2007, o MOC completa 40 anos de existência. Na vida do homem, essa idade representa a chegada à maturidade, o acúmulo de experiências. Com o MOC não é diferente. Afinal, são quatro décadas contribuindo para o desenvolvimento integral, participativo e ecologicamente sustentável da sociedade humana.

Conhecido por trabalhar com uma metodologia em que todos são sujeitos da ação, a instituição ao longo dos anos teve em seu quadro de funcionários pessoas comprometidas com o movimento social e que muito lutaram “Por Um Sertão Justo”.

Atualmente, sete programas desenvolvidos por 50 técnicos, têm mostrado através de atividades que é possível viver no semi-árido. Os números são surpreendentes e revelam a importância da manutenção e melhoramento de trabalhos como o do MOC.

Famílias e investimentos

Durante o ano de 2006, mais de 10 mil famílias foram atendidas e a região de 800 mil habitantes ganhou 2.500 cisternas de 16 mil litros de água. Com isso, a Região Sisaleira agora pode armazenar 40 milhões de litros de água potável.

Através da valorização dos conhecimentos tradicionais aliados aos conhecimentos técnicos, o Sub-Programa Assistência Técnica Rural (ATER) com uma rede integrada por 332 jovens e 14 técnicos, atendeu a 32 municípios dos territórios do Sisal, Bacia do Jacuípe e Piemonte da Diamantina, assessorando a 12.800 famílias.

No ano de 1994, o MOC iniciou as discussões sobre crédito rural com as organizações sociais. Hoje, 12 anos depois, 11 Cooperativas de Crédito foram criadas, possuindo 38.200 associados e realizando 9.200 operações de crédito, o que corresponde a R$ 10 milhões de reais investidos na convivência com o semi-árido.

A convivência começa na escola

Há 12 anos também teve inicío o Conhecer, Analisar e Transformar a realidade do campo (CAT), que em parceria com a Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS), entidades da sociedade civil e prefeituras municipais, acompanhou 19 municípios, obteve 1.521 professores do campo trabalhando com a educação contextualizada, totalizando 35.488 crianças de 687 escolas do campo construindo conhecimento para transformar a realidade.

No ano passado, 1.025 educadores foram capacitados para trabalhar nas Jornadas Ampliadas. No município de Candeal, por exemplo, educadores comprometidos com o trabalho desenvolvido revelaram à comunidade o abandono da Jornada Ampliada por falta de prestação de contas da prefeitura.

Em 2006, foi lançado o livro Baú de Leitura: Lendo Histórias-Construindo Cidadania, que sistematiza a experiência de seis anos com um projeto de incentivo a leitura em escolas do campo da Bahia e Sergipe. No ano de lançamento do livro, 48 municípios foram assessorados pelo MOC com o projeto, 864 Baús de Leitura circularam nas escolas e Jornadas do campo. Além disso, 26.380 crianças de 402 comunidades desenvolveram a leitura lúdica e contextualizada.

Ações como o Baú de Leitura e Jornada Ampliada, fazem parte das atividades do Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (PETI). Há quase 40 anos o MOC desenvolve ações para garantir os direitos da criança e do adolescente e umas das portas de entrada para a garantia tem sido o PETI, que há 10 anos vem transformando a vida de meninos e meninas que estavam expostos ao trabalho explorador, perigoso e degradante.

Mais participação política

Através do programa de Gênero, o MOC tem buscado dinamizar a participação das mulheres rurais nos espaços institucionais de tomadas de decisão. Após 22 anos de luta, no dia 27 de outubro de 2006, o programa de Gênero acompanhou a assembléia geral que aprovou o estatuto e elegeu a diretoria e o conselho fiscal do MMTR para os próximos três anos.

Iniciado em 2004, o sub-programa de juventude tem focado sua atuação para apoio e incentivo às experiências de auto-organização e participação social da juventude para intervenção nos espaços políticos e institucionais de definição de políticas públicas setoriais, nas microrregiões Sisal e Vale do Jacuípe da Bahia.

O resultado desse trabalho é o funcionamento dos Coletivos de Municipais de Jovens e mais o Coletivo Regional Juventude e Participação Social com identidade política própria em 22 municípios. Nos municípios de Conceição do Coité, Retirolândia, Valente, São Domingos e Quixabeira, os jovens se mobilizaram e apresentaram às Câmaras de Vereadores Projetos de Lei de iniciativa Popular para criação dos Conselhos Municipais de Juventude.

O MOC na mídia

O alcance desses números foram possíveis com a ajuda de parceiros que o MOC tem a nível regional, estadual, nacional e até mesmo internacional: 78 no total. O resultado dessa parceria foi conferido no número de vezes que o trabalho da instituição esteve presente nos veículos de comunicação. Foram registrados 200 clippings que abordaram as ações do MOC ou foram frutos diretos da mobilização do programa de comunicação. Na televisão, 44 vezes o MOC e seus projetos apareceram na emissora regional TV Subaé e 4 matérias foram veiculadas a nível nacional.