Água boa para beber

29/11/2006

Uma pesquisa desenvolvida pelo Movimento de Organização Comunitária (MOC) através do Programa de Água e Segurança Alimentar mostra que as cisternas construídas com o Programa Um Milhão de Cisternas (P1MC), têm proporcionado às famílias armazenar água de boa qualidade.

A pesquisa faz parte do projeto Saúde e produção agrícola, que o programa desenvolve há um ano e está sendo realizada nos municípios de Serrinha, Conceição do Coité e Lamarão. De acordo Maria Auxiliadora, supervisora do projeto e bióloga, o critério para escolha dos municípios pesquisados foi devido à proximidade da Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS), instituição que capacitou os técnicos do programa para realizarem a coleta da água.

A pesquisa, que já dura quatro meses, foi feita com 21 cisternas e mostra a diferença da água. Antes, a água era suja, da cor de barro. Agora, tornou-se um líquido transparente.

Acostumados a ingerir uma água escura, as famílias acreditam que a água limpa está livre da contaminação. No entanto, água limpa nem sempre é sinônimo de saúde. A supervisora explica que nas cisternas que foram encontradas alguma contaminação, a casa não possuía a menor infra-estrutura. São famílias que residem na zona rural desses municípios e vivem em situação de extrema pobreza. As casas não possuem sanitários, fazendo com que os dejetos das famílias contaminem o solo e conseqüentemente a água. No município de Conceição do Coité, nas crianças que vivem em condições precárias e com os pés descalços, foi encontrado o amarelão, que causa anemia.

Além da falta de infra-estrutura dos municípios, Maria auxiliadora salienta a importância de tomar algumas atitudes simples, mas que fazem a diferença na qualidade, como lavar a cisterna, utilizar apenas um balde para pegar a água, guardar o balde em local limpo e manter a cisterna sempre fechada.

Com a melhoria da qualidade da água, a equipe técnica do programa identificou a diminuição no número de crianças contaminadas por alguma verminose e a freqüência escolar aumentou. Ela explica que com a cisterna, as crianças não são mais obrigadas a faltar aula porque estavam cansadas de carregar água. Antes da coleta, a equipe realiza um dia de estudo na comunidade para explicar porque estão fazendo a pesquisa e como gerenciar os recursos hídricos. Agora, a equipe se prepara para fazer um repasse da pesquisa às comunidades. No dia 11 de dezembro, o povoado de Saco de Correio, localizado na zona rural de Serrinha, ficará sabendo o resultado e o que fazer para avançar ainda mais.

De acordo com Maria auxiliadora, após o repasse, a equipe fará uma cartilha em parceria com as comissões executivas municipais, alertando a população para o bom gerenciamento da água.