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Ampliar as oportunidades de inserção de jovens no meio rural e no mercado do trabalho por meio de ações de educação para a cidadania e qualificação profissional, através do estímulo à elevação de escolaridade e ampliação do acesso às políticas públicas, é a principal meta do Programa Nacional de Estímulo ao Primeiro Emprego para jovens (PNPE), sobretudo, após a pesquisa divulgada pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) que mostra que 45,5% do total de desempregados brasileiros têm entre 16 e 24 anos. O levantamento, feito com dados de 2005, identificou cerca de 3,241 milhões de desempregados no Distrito Federal e nas regiões metropolitanas de Porto Alegre (RS), São Paulo (SP), Belo Horizonte (MG), Recife (PE) e Salvador (BA).

O programa visa desenvolver ações sólidas que contribuam na construção da identidade de juventude nos territórios brasileiros e solidifique a presença dos jovens no meio rural. A proposta do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) em convênio com Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) é trabalhar o Consórcio Nacional da Juventude Rural (CNJR) partindo da subdivisão de núcleos compostos por jovens rurais com idade entre 16 a 24 anos, em nove Unidades da Federação. Na Bahia e na Região Sisaleira respectivamente, cerca de 150 jovens foram contemplados, dentre o percentual de dois mil jovens em todo Brasil. Os jovens recebem mensalmente uma ajuda de custo de incentivo à prática do projeto em sua comunidade. Todo processo na Região Sisaleira é monitorado por Técnicos do Movimento de Organização Comunitária (MOC).

Os primeiros módulos foram lançados entre os dias 21 e 23 de setembro, no Centro de Formação do Pólo em Riachão do Jacuípe, e no CAIS em Valente, respectivamente. Cidadania e Políticas Públicas foi o tema de abertura. Segundo Emanoel Sobrinho, técnico do MOC, outros temas ligados à realidade dos jovens na zona rural serão enfatizados. “Além de políticas públicas, tratamos ainda da construção de orientações voltadas para a prestação do serviço comunitário dos jovens por município, isso porque cada jovem deve desenvolver 100 horas de atividades, durante quatro meses, em parceria com entidades parceiras locais (Sindicatos dos Trabalhadores Rurais, Sicoob´s e Associações Comunitárias)”, explica.

Para o jovem David Andrade Santos, do município de Tucano, contemplado pelo projeto, a região semi-árida do sisal é o grande foco temático da capacitação. Ele acredita ser possível buscar soluções através de oportunidades e de projetos de políticas públicas que visibilizem o protagonismo juvenil. “O Consórcio de Juventude contribui para formação juvenil e sustenta a idéia de que a convivência com a seca é uma experiência que fortalece a identidade rural. Essa é uma das principais metas do projeto, até pelo fortalecimento da linha de crédito específico para os jovens, a exemplo do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (PRONAF) afirma David. Além de trabalhar na comunidade como um agente voluntário, David salienta que o Consórcio da Juventude Rural incentiva a participação do jovem a atuar como assistente técnico prestando auxílio a comunidade onde está inserido.

O processo de qualificação perfaz um total de 400 horas, sendo 200 para parte de qualificação social e 200 para qualificação técnica de compreender o manejo de ovinos, caprinos e avicultura caipira, principais áreas de trabalho do projeto. Fazem parte desta estrutura jovens de 21 municípios de Araci, Antônio Cardoso, Serrinha, Ichú, Irará, Conceição do Coité, Tucano, Quijingue, Candeal, Pé de Serra, Riachão do Jacuípe, Quixabeira, Capim Grosso, Nova Fátima, Cansanção, Nordestina, Queimadas, Santa Luz, Valente, Retirolândia, São Domingos. O projeto é desenvolvido nacionalmente pelo Instituto Aliança, em parceria com as Organizações Não Governamentais nos estados contemplados e faz parte do Programa de estímulo ao primeiro emprego criado pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário e o Ministério do Trabalho e Emprego.