Comunidade de Jitaí e o fortalecimento do desenvolvimento comunitário

05/06/2015
Comunidade de Jitaí e o fortalecimento do desenvolvimento comunitário

Projetos desenvolvidos pelo MOC com apoio de parceiros, na Comunidade de Jitaí, localizada no município baiano de Retirolândia, busca a garantia da igualdade de oportunidades e o acesso a direitos elementares que historicamente foram negados. Com seus quase 48 anos de história o MOC procura contribuir na promoção dos direitos da criança e do adolescente com vistas à criação e a manutenção de um ambiente de desenvolvimento e segurança.

Criança Esperança
A Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), organização apoiadora junto ao Criança Esperança, do Projeto “Cantando e Contando nossa História”, desenvolvido pelo Movimento de Organização Comunitária (MOC), realizará no próximo dia 08 de junho, uma visita de monitoramento que possibilitará conhecimento in loco dos processos desenvolvidos no âmbito do projeto. No roteiro dos visitantes está a Comunidade de Jitaí.

Segundo Nayara Cunha, coordenadora do Programa de Comunicação do MOC, o projeto visa contribuir com a promoção do desenvolvimento humano e social de crianças e adolescentes de comunidades tradicionais, em Retirolândia e Santa Luz, a partir de processos sócios educativos e culturais de produção de conhecimento sobre a história local, na perspectiva do protagonismo infantojuvenil com o fortalecimento do desenvolvimento comunitário.  

Interessada em estimular e apoiar iniciativas que favoreçam o desenvolvimento dos países e dos setores mais carentes da sociedade, a organização representada por Soleny Hamú e Cristiane Nogueira, Oficial e Assistente de Projetos, respectivamente, após reunião com equipe técnica do projeto e Secretaria Executiva do MOC, visitará a Comunidade de Jitaí,  lugar de lutas, esperanças e realizações. Em Jitaí, após o acolhimento dos visitantes por uma comissão local, crianças e adolescentes farão uma apresentação contando a história e o processo de organização da comunidade que ora debate seu reconhecimento enquanto Quilombola. 

Cirandando pelos Direitos
Em seguida a equipe conhecerá a Rádio Poste de Jitaí, inaugurada em 05 de junho, que tem uma comissão gestora local como responsável pela produção da sua programação. A Rádio é fruto do projeto “Cirandando pelos Direitos” realizado pelo MOC, com o apoio do Kinder Not Hilfe – (KNH), que busca fortalecer os direitos das crianças e dos adolescentes com foco na comunicação e participação social.

“O MOC nos trás o conhecimento sobre nossos direitos e com ele a nossa comunidade aprende a reivindicar esses direitos. O MOC para nossa comunidade já é um laço familiar”, ressalta Antonio Cesar Silva de Jesus, presidente da Associação Alto do Jitaí e um dos responsáveis pela Rádio.

Vale ressaltar que o trabalho de inclusão de crianças e adolescentes nos meios de comunicação acontece na Região do Sisal desde 1999, a princípio com o incentivo do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), com apoio do MOC, de Rádios Comunitárias, Associações e Sindicatos.

Através de projetos, ações e políticas de fortalecimento dos poderes locais, em especial, organizações da sociedade civil, lideranças, famílias, mulheres, crianças e adolescentes nos territórios do Sisal e Bacia do Jacuípe e Portal do Sertão, semiárido baiano, o MOC busca contribuir na promoção dos direitos desses sujeitos.

Economia Solidária e Cultura
Empoderadas quanto aos seus direitos algumas mulheres de Jitaí, negras e descendentes de Quilombolas, com apoio do MOC descobriram que organizadas são mais forte e hoje integram o grupo “Mulheres de Fé”, empreendimento de economia solidária com patrocínio da Petrobras, que produz e comercializa artesanatos diversos e já começa sinalizar mudanças positivas nas suas vidas e dos seus familiares. 

A comunidade tem ainda realizado diversas ações de resgate da cultura, como o samba de roda, reisados e dança afro. A história desse povo reafirma o desejo de construir uma realidade que garanta a igualdade de oportunidades e o acesso a direitos elementares que historicamente lhes foram negados. Nesse sentido o MOC promove no local o fortalecimento do desenvolvimento comunitário, do desenvolvimento humano e social das famílias.

Por Maria José Esteves
Jornalista - Comunicadora Popular ASA/MOC 


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