Crianças e adolescentes cantam e contam suas histórias no Semiárido baiano

15/04/2015

Mais de 1,2 mil instituições concorreram ao edital publicado pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) responsável pela seleção e pelo repasse das doações arrecadadas em 2014 durante a 29ª edição da campanha Criança Esperança.

 

Dos 103 projetos apoiados em todas as regiões do Brasil que diretamente contemplarão cerca de 48 mil crianças, está o projeto “Cantando e Contando a nossa História”, desenvolvido pelo Movimento de Organização Comunitária (MOC).

 

A apresentação do projeto aconteceu durante Seminário Intermunicipal mediado pela coordenadora pedagógica da instituição, Vandalva Oliveira, e por Nayara Cunha, coordenadora do Programa de Comunicação, no último dia 15 de abril. O evento aconteceu na sede do Sindicato dos Trabalhadores Rurais (STR), município de Santa Luz. 

 

O Projeto

O projeto “Cantando e Contando a nossa História” visa contribuir com a promoção do desenvolvimento humano e social de crianças e adolescentes de comunidades tradicionais (remanescentes de quilombolas e assentamento da reforma agrária) em Retirolândia e Santa Luz, a partir de processos sócios educativos e culturais de produção de conhecimento sobre a história local, na perspectiva do protagonismo infanto juvenil com o fortalecimento do desenvolvimento comunitário.  

 

Essas comunidades contempladas com o projeto estão situadas no Território do Sisal e herdam a situação da infância do Nordeste brasileiro. Seus municípios possuem déficits em indicadores sociais, educacionais e econômicos, demonstrando baixos investimentos do poder público local na garantia dos direitos da infância, contrapondo-se com a uma história de luta e resistência.

 

A iniciativa nasce da necessidade de responder a demandas de crianças e adolescente e gerar oportunidades de lazer, cultura e produção de conhecimentos sobre a história local, produzidas pelas crianças a partir de ferramentas de comunicação audiovisuais, registros fotográficos e escritos.

 

Segundo Vandalva Oliveira, “estas demandas surgiram no processo de escuta destes sujeitos em intercâmbios de crianças do Semiárido quando dialogado sobre suas histórias, suas comunidades, seus sonhos”, ressalta.

 

As atividades serão desenvolvidas em horário oposto á escola formal, porém com uma intrínseca relação pedagógica com a prática escolar. Através de oficinas temáticas as crianças serão orientadas a pesquisar, registrar e sistematizar a história de suas comunidades, que serão publicizadas e adotadas como ferramentas de aprendizagem. Essas atividades estimulam a criatividade e a preservação das entidades culturais e tradições orais, assim como a promoção da escrita e a leitura. As ações do projeto se destinam a um total de 240 crianças, adolescentes e jovens, de 0 a 29 anos, mas também serão envolvidos professores/as, familiares e membros da comunidade na contação da história local.

 

Com seus quase 48 anos de história o MOC sempre buscou contribuir na promoção dos direitos da criança e do adolescente com vistas à criação e a manutenção de um ambiente de desenvolvimento e segurança, através de projetos, ações e políticas de fortalecimento dos poderes locais, em especial, organizações da sociedade civil, lideranças, famílias, crianças e adolescentes nos territórios do Sisal e Bacia do Jacuípe e Portal do Sertão, semiárido baiano.

 

Maria José Esteves
Comunicadora Popular ASA/MOC 

Programa de Comunicação do MOC  

 


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