Troca de conhecimentos movimentou a semana da equipe técnica do MOC

13/02/2015

Durante toda a semana, de 09 a 13 de fevereiro, técnicos e técnicas do Movimento de Organização Comunitária (MOC) se reuniram na Pousada Central, em Feira de Santana, para diversas discussões, dentre elas um alinhamento institucional sobre as estratégias da entidade  para o quinquênio 2014/2018. As atividades que envolveram essas discussões aconteceram nos três primeiros dias, durante  o Planejamento Operacional do MOC, que também possibilitou que cada Programa identificasse suas prioridades e planejasse a execução das suas metas para 2015.
 
Na oportunidade foram realizados debates em grupos, apresentação de alguns projetos, feita a socialização pelos Programas dos seus eixos e objetivos estratégicos, e criadas estratégias para consolidar as interfaces entre os mesmos . Na opinião de Neuza Rios, da equipe do Programa de Desenvolvimento Institucional do MOC, dois momentos específicos merecem destaque: “No trabalho em equipe, destaco a coletividade do meu Programa com o grupo muito animado e participativo. Junto aos demais Programas merece destaque a socialização dos grupos”, enfatiza.
 
Selma Glória, coordenadora do Programa de Gênero da instituição, tendo como parâmetro a apresentação do MOC em números, feita por Célia Firmo, secretária executiva da entidade, ressalta: “Essa sustentação financeira da instituição nos dá uma maior consciência,  compromisso e  responsabilidade para com os recursos que são ali alocados, os que são utilizados por nós , preservando a ética e a transparência”, diz.
 
Noite cultural, momentos lúdicos e dinâmicas contribuíram para maior envolvimento da equipe durante os três dias de atividades que assim foram resumidos pela coordenadora pedagógica, Vandalva Oliveira: “Constatamos que a equipe demonstra maturidade na compreensão ampla do MOC, que a partir de todos os seus Programas eixos têm se colocado a  serviço de um Semiárido justo, solidário, sustentável e viável, e ainda no entendimento de que esse processo de luta somente será legitimado e consolidado com a participação dos sujeitos, que neste lugar vivem e querem viver”, concluiu.
 
Sistematização de Experiências
No mesmo local, nos dois últimos dias da semana,  aconteceu uma oficina sobre sistematização de experiências, mediada  pelo assessor do MOC e coordenador da Articulação Semiárido Brasileiro (ASA), Naidison Baptista.  A oficina além de sanar muitas dúvidas sobre o conceito, metodologia e público, ofereceu debates e, dentre outras, algumas reflexões, a exemplo de como a sistematização está a serviço das mudanças nas relações de poder;  de que a sistematização está dentro de uma metodologia que dá vez e voz ao oprimido e ainda de que todos e todas podem ser mediadores(as), facilitadores(as) dessas sistematizações. 
 
“A reflexão sobre o processo de sistematização me fez perceber que meu papel nessa ação é ouvir e me colocar a escrever, percebendo esse momento como um espaço de aprendizado”, declara Ana Glécia, coordenadora do Programa de Convivência com o Semiárido, do MOC.
 
Na opinião de Naidison Baptista, a maior dificuldade que o técnico ou comunicador tem no processo de sistematização é o colocar-se a serviço da mesma.”Nós somos formados em universidades que estão a serviço dos dominadores e esse tipo de sistematização que dá voz à pessoa ou grupo que fez a experiência é um tipo de sistematização que dá voz ao dominado”, ressalta Naidison acrescentando: “Então esse confronto interno do como eu fui formado e do que é que eu fui chamado a fazer no meu processo de trabalho, é um confronto que precisa ser modificado”, diz.  

Naidison defende que para tal se faz necessário modificar o ponto de vista, modificar o enfoque metodológico e a maneira de abordar às pessoas  e a comunidade. “Por isso que na nossa linguagem a gente mesmo que reconheça teoricamente que o sistematizador é o agricultor ou agricultora, o professor ou a professora, o jovem,  a criança, porque a experiência é deles, nós nos colocamos como sistematizando. É um pouco essa ambiguidade. Eu acho que o nosso grande desafio é a gente incorporar essa dimensão de que eu estou a serviço de um grupo que está marginalizado e que eu tenho que gradativamente mudar meu comportamento, minha postura, meu modo de pensar e minha metodologia de ação a serviço desse grupo”, ressalta.
 
Maria José Esteves
Programa de Comunicação do MOC  
 


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