Oficina discute políticas públicas e participação social das mulheres rurais

30/01/2015

Para refletir sobre as políticas públicas e os direitos das mulheres o Movimento de Organização Comunitária (MOC) está realizando oficinas sobre Participação Social e Políticas Públicas em 07 municípios do Território do Sisal e Bacia do Jacuípe.  As atividades fazem parte do Projeto Parceiros/as por um Sertão Justo,  tem a parceria da ong Action Aid e esta semana aconteceram nos municípios de Araci e Ichu.
 
Cerca de trinta mulheres de comunidades rurais participam de cada oficina, trocando suas experiências sobre o que é ser mulher no semiárido e discutindo e refletindo as suas realidades a partir do acesso as políticas e aos direitos. Dentre alguns questionamentos da atividade destacam-se: qual direito que temos e o direitos que queremos. Perguntas que são respondidas pelas participantes a partir dos seus diversos entendimentos e de suas identidades.
 
Entre alguns direitos  discutidos , as mulheres pontuaram o direito à saúde, à  segurança e também à alimentação saudável. Em relação à saúde,  muitas delas relataram que esse direito ainda é pouco conhecido e acessado nas comunidades e nos municípios. Muitas, por falta de informação e até por ficarem intimidadas deixam de fazer seus exames preventivos anuais  e também  sofrem por falta de atendimento, pois muitos serviços não chegam às localidades onde residem.
 
Sobre o direito à segurança, a oficina discutiu sobre a prevenção e o enfrentamento à violência contra à mulher, e a aplicação da Lei Maria da Penha.  Elas relataram nas atividades de grupo da oficina que muitas vezes as denúncias de violência não acontecem tanto por falta de informação de como proceder, como pelo péssimo atendimento prestado por muitos profissionais da área de segurança pública. “Muitas mulheres não denunciam por receio, tem vergonha de denunciar, pois muitos profissionais não estão preparados para o atendimento e acabam intimidando à vítima.”, disse uma das participantes.
 
O direito à alimentação de qualidade, elas identificaram que é um direito fundamental e também muito presente em suas vidas.  A maioria das participantes da oficina possui a tecnologia de água para produção de  alimentos e junto com suas famílias produzem  hortaliças, frutas, verduras e criam também pequenos animais.  Além do consumo na alimentação, o excedente é vendido nas comunidades e em feiras , o que tem contribuído para o aumento da geração de renda de muitas famílias
 
Para a jovem Erivânia Chagas, da comunidade de Araci, que participou da oficina, as discussões foram muito importantes e serviram de incentivo para ela e para muitas mulheres. “Muitas mulheres ainda não conhecem os seus direitos, e espaços como esse ajudam a refletir, discutir e incentivam  a busca por melhores condições de vida. Ficamos muito animadas, principalmente para multiplicar as informações com outras companheiras do nosso município e da nossa comunidade.”, diz.
 
Participação Social- A atividade trouxe também, reflexões sobre a participação das mulheres na sociedade e a importância da inserção nesses espaços para o fortalecimento da autonomia  e o empoderamento feminino e também a organização produtiva, através dos empreendimentos econômicos solidários.  “Percebemos a importância da participação social,  de  estarmos inseridas nos movimentos de mulheres, sindicatos e associações comunitárias. Percebemos que se a gente  estiver juntas, podemos  participar mais, lutar e conquistar os nossos direitos”, afirmou Erivânia.
 
 


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