Comissão da Verdade realiza audiência para ouvir depoimentos de vítimas de violação de direitos no período da Ditadura Militar

25/10/2013

Acontece em Feira de Santana a 1ª Audiência Pública da Comissão Estadual da Verdade, no dia 31 de outubro, no auditório do Colégio Estadual Luís Eduardo Magalhães. A audiência irá reunir vítimas que sofreram violação de direitos humanos para apresentar seus depoimentos acerca de atos ainda obscuros para a história do país, ocorridos durante o período da Ditadura Militar no Brasil. O evento será aberto ao público para que a sociedade compreenda e tome o conhecimento sobre estas investigações.
 
A Comissão Estadual da Verdade foi instituída em 16 de maio de 2012 e tem como objetivo auxiliar os trabalhos da Comissão Nacional, criada no final do ano passado pela presidente Dilma Rousseff, através da lei 12.528/2011. 

Os trabalhos das comissões estaduais não têm caráter jurisdicional ou persecutório, deste modo terão a duração de 20 meses e ao final, o grupo deverá apresentar relatório das atividades realizadas, com os relatos circunstanciados sobre as violações dos direitos. Serão abertas as investigações acompanhadas de conclusões e recomendações da Comissão. Este relatório, e os documentos a eles anexados, serão encaminhados à CNV, com cópias integrais ao Arquivo Público do Estado do Rio Grande do Sul, onde ficarão à disposição do público, para acesso e consulta.
 
A cada seis meses, a comissão apresentará relatório parcial ao Governador do Estado e à CNV, disponibilizando-o através de site. O site da CEV disponibiliza ainda um link para que as pessoas que sofreram violência ou perseguição política, praticadas por agentes públicos, entre 1º de janeiro de 1961 e 05 de outubro de 1988, ou que conhecem alguém que tenha sofrido com tais abusos, deixem seus relatos http://www.comissaodaverdade.rs.gov.br/relato


O MOC e o período Militar- O Movimento de Organização Comunitária (MOC), criado através da parceria entre a Diocese de Feira de Santana e a Federação de Assistência Social e Educacional (FASE), do Rio de Janeiro, sob a responsabilidade do então Padre Albertino Carneiro teve nesse período seus trabalhos iniciados em 27 de outubro de 1967. Nesse momento também passou por dificuldades relacionadas ao período da ditadura militar. 

Albertino diz que era observado de perto pelo governo militar, uma vez que qualquer iniciativa que fosse compreendida como ameaça comunista ao Estado era vigiada. “Fui inquirido pela Segurança Nacional e me perguntaram: por que você está fazendo um trabalho clandestino? Expliquei que era padre e meu trabalho era realizado com a Diocese. Eles me disseram que se eu não registrasse iriam considerar o movimento como comunista, MOC, Movimento Operário Comunista. Foi aí que eu disse não! o senhor está mal informado, não é um trabalho clandestino não, nós não temos medo de dizer o que somos e o que fazemos” afirma Albertino.



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