Agricultores se encontram para dialogar sobre suas experiências de convivência com o semiárido

11/10/2013


Agricultores e agricultoras familiares das mais diversas regiões do estado da Bahia já perceberam que a seca é um fenômeno natural e que é preciso conviver com ela. Em vista disso, estão buscando alternativas para sobreviver a este período com mais qualidade de vida. Homens e mulheres estão colocando em prática experiências que vêm dando certo. Estas foram apresentadas durante o Encontro Estadual de Agricultores e Agricultoras Experimentadores, que acontecerá em Feira de Santana, nos dias 08 e 09 de outubro. 

Os próprios agricultores e agricultoras se apresentaram durante oficinas temáticas, para contar suas experiências no campo do armazenamento de água no período da estiagem, estocagem de alimentos e sementes, produção de ração e criação animal. 

O evento trouxe os agricultores/as como produtores de conhecimento acerca de como conviver com o clima e o bioma semiárido e como propositores de alternativas para ampliar estas estratégias. 

Durante a programação do primeiro dia, após a abertura, haverá o momento de Partilha de Experiências, em que a agricultores/as experimentadores que conseguiram enfrentar a longa estiagem darão seus depoimentos, abrindo a discussão para as estratégias adotadas e as políticas públicas que contribuíram para vivenciarem esse período. Entre eles, o agricultor Abelmanto Carneiro, que destacou a importância de manter o equilíbrio do sistema ecológico na propriedade. “Os animais e as plantas devem viver em harmonia, quando você mata um inseto, você prejudica o controle de pragas, e assim o equilíbrio do sistema”. 

Após esta exposição, Naidison Baptista, coordenador da Articulação Semiárido na Bahia, fez uma fala sobre as políticas públicas e estratégias de convivência com o semiárido dialogando com os depoimentos desses agricultores.

Outro ponto forte na programação do primeiro dia foram as Oficinas Temáticas, nas quais os agricultores/as apresentaram suas experiências no campo da criação de animais, armazenamento de sementes e quintais produtivos.

Entre as experiências está a de Pavão, agricultor da Comunidade Malhada da Areia, em Araci, que trouxe a sua história de organização da comunidade e o trabalho de estocagem de sementes. Com a ajuda dos jovens ele tem levado o banco comunitário adiante.

“O grupo começou com 13 pessoas, os trabalhos eram feitos de através de mutirão. Hoje já tem umas 60 pessoas. Na nossa comunidade tem mutirão de mulheres também e a roça Comunitária. Nessa roça planta 23 pessoas em 01 tarefa. O que produz é para ser guardado no banco de sementes. As sementes também são adquiridas durante intercâmbios”,  contou Pavão.

No segundo dia do encontro (09), houve plenária, com a socialização das experiências, trabalhos de grupo, onde os participantes irão refletir a importância e o papel do agricultor/a experimentador/a na construção das políticas públicas direcionadas para eles. Após a apresentação dos encaminhamentos, acontece a plenária final de encerramento e troca solidária de produtos da agricultura familiar que estarão expostos durante o encontro.


DOWNLOAD DO ANEXO