Encontro Pedagógico discutiu cidadania e políticas públicas para o semiárido

23/09/2013

O Movimento de Organização Comunitária (MOC), através da equipe de Educação do Campo e Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS) realizou o III Encontro Pedagógico com as equipes dos Projetos Conhecer, Analisar e Transformar (CAT) e Baú de Leitura. Entre os dias 18 e 20 de setembro, cerca de 120 participantes, entre educadores e sociedade civil, avaliaram as práticas escolares e participaram de oficinas sobre interdisciplinaridade na Pousada Central, em Feira de Santana.
 
Os participantes colocaram inquietações refletindo o que pode ser feito para provocar mudanças, principalmente em relação às práticas e metodologias escolares apropriadas para o contexto do semiárido.A professora da Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS), Nelmira Moreira, uma das organizadoras do evento, pediu para que as pessoas participassem das associações e sindicatos. “A sociedade civil precisa estar inserida para decidir o que vai ser trilhado e para pensar a vida da comunidade”, disse ela. 
 
O encontro visou aprofundar os passos metodológicos do Projeto CAT, envolvendo  mais as famílias e comunidades para transformar a realidade dos municípios, refletir e exercitar práticas pedagógicas centradas na interdisciplinaridade  na perspectiva da convivência com o semiárido. Além de esboçar metas, de acordo com as dificuldades diagnosticadas na avaliação e aprofundamentos sobre integração curricular. 
 
Outras atividades aconteceram, como o lançamento do cartaz Minha escola tem o CAT e do Boletim A Voz do CAT. Ana Paula, técnica do Programa de Educação do MOC, fez uma avaliação do evento. “ O encontro teve uma roupagem diferente dessa vez. A sociedade e os coordenadores estavam juntos debatendo, e o quadro avaliativo foi discutido e sintetizado”. Ela ainda colocou a importância do projeto de lei de Educação do Campo que já foi aprovado em cinco municípios. “O nível da política pública está engradecedor. A mobilização com setores da sociedade envolvidos com os conselhos municipais é um avanço grande”, completou ela, que ressaltou a motivação do novo Boletim que está com um novo layout e com textos dos educandos. 
 
As noites do encontro abordaram temas culturais e no segundo dia ocorreu um café literário, no qual os educadores Zózimo Trabuco e João Rocha debateram cidadania, e explanaram a importância dos manifestos de junho, atiçando a idéia da escola trabalhar a mobilização para que os jovens participem de decisões da sociedade. 

Como geralmente acontecem 04 encontros de coordenadores por ano, mais um está previsto para acontecer, onde serão elencados os avanços obtidos durante o ano, e uma avaliação de resultados e progressões deve ser feita, na perspectiva de uma educação com melhor qualidade e com uma política pública municipal enquanto direitos do povo do semiárido. 

Conselheiros de Educação- Paralelo ao encontro, aconteceu também a formação dos conselheiros de educação de 10 municípios. Num primeiro momento houve uma discussão, com a presença de Vandalva Oliveira, coordenadora pedagógica do MOC, acerca do papel dos conselheiros, articulando segmentos da sociedade nos municípios, principalmente a educação do campo. Posteriormente foram apresentadas experiências dos conselhos. Foi citada a resolução do campo que foi aprovada em Conceição do Coité e a proposta da construção de cisternas nas escolas sugerida por Pintadas. Num momento final foi elaborado um plano de ação para avançar no sentido de se garantir um currículo contextualizado. 


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