Agricultores/as familiares trocaram experiências sobre convivência com o semiárido em Jacobina

01/08/2013

Em comemoração aos 10 anos de existência da Cooperativa de Trabalho e Assistência à Agricultura Familiar Sustentável do Piemonte (COFASPI) agricultores e agricultoras familiares do semiárido baiano estiveram reunidos nos dias 25 e 26 de julho na cidade de Jacobina para participar do Intercâmbio de Troca de Experiências sobre convivência com o semiárido.
 
O intercâmbio reuniu cerca de 80 os agricultores/as para celebrar o trabalho da COFASPI e a importância da convivência com o semiárido para o alcance do desenvolvimento sustentável e uma vida digna respeitando e valorizando o contexto e as experiências da região.
 
Diversos agricultores/as experimentadores do semiárido que são acompanhados pelo Movimento de Oraganização Comunitária (MOC) participaram do encontro, entre eles seu Idelmiro da comunidade de Mandaçaia, município de Riachão do Jacuípe e Seu Pavão da comunidade de Malhada da Areia, município de Araci. Eles falaram das experiências vivenciadas nas suas propriedades e como fazem para estocar água, semente, como funciona o sistema da agroecologia e a economia solidária. 
 
Para seu Idelmiro intercâmbios como esse servem para conhecer mais sobre o semiárido e sobre o seu povo. “É muito bom está em momentos assim. O povo conhece a gente e a gente conhece o povo. Eles levam pra casa as coisas que a gente fala e depois aplica na propriedade. Hoje troquei experiências e aprendi muitas coisa também”, completa.
 
Programação – A programação do evento contou com diversos momentos, todos destacando sempre a importância da convivência com o semiárido, a experiência e os conhecimentos dos agricultores. Diversas rodas de conversas, visitas de campo e uma caminhada pelas ruas de Jacobina celebraram a vida, a luta e o trabalho dos agricultores e agricultoras co semiárido.
 
Segundo Robson Aglayton, presidente da COFASPI, a comemoração do aniversário da entidade foi para mostrar um pouco da luta da entidade diante de uma construção coletiva principalmente por causa dos agricultores. “É um sonho realizado que tem história a mais de 10 anos, História que pensa proporcionar assistência técnica para trabalhar com os agricultores na agroecologia, no acesso as políticas públicas a partir dos diálogos e discussões coletivas” completa o presidente.
 
Para a Coordenadora do Projeto Uma Terra e Duas Águas (P1+2) do MOC, Kamilla Ferreira, o intercâmbio possibilitou para os agricultores e agricultoras do semiárido baiano a soma do conhecimento e uma oportunidade de estarem compartilhando um pouco os saberes. “Mostrou também como eles se inserem nas discussões de mobilização social e geração de emprego no semiárido através do acesso e manejo sustentáveis da terra e da água para produção e estocagem de água e alimentos”, afirmou.
 
Dona Eliete, agricultora familair do munícipio de Riachão do Jacuípe disse que aprendeu e vai levar novos conhecimentos para serem implementados na sua propriedade. “Aprendi como fazer o medidor de chuva com lata, entendi que guardar a semente é uma ação importante também pra a nossa saúde e que se a gente pensar melhor como fazer as coisas podemos fazer muito com pouco”, completa.
 
Ao final do intercâmbio, foi possível perceber que cada agricultor, cada agricultora que estava ali presente levava consigo mais experiências e mais esperanças para promover um semiárido mais justo potencializar as oportunidades que ele oferece. Oportunidades no campo da agroecologia, da agricultura familiar, das tecnologias sociais. Ações que são construídas e alcançam o sucesso e o desenvolvimento sustentável a partir da construção coletiva e do envolvimento de todos e todas.


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