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Intercâmbio promove a troca de experiências entre Brasil e Argentina
15/03/2013
Buscando promover a troca de experiências entre os seus parceiros do Brasil e da Argentina a organização internacional Heifer realizou no período de 03 a 10 de março um Intercâmbio de Experiências no semiárido argentino. O encontro reuniu parceiros da entidade do Brasil como: MOC, SASOP, AS-PTA, Centro Sabiá, CPT e PATAC e também os parceiros argentinos entre eles o Movimento Campesino de Córdoba, a União dos Trabalhadores Rurais Sem Terras (UST) e a Associação dos Produtores do Nordeste de Córdoba (APENOC).
Durante a visita os participantes tiveram a oportunidade de conhecer melhor o contexto do semiárido argentino, como vivem as famílias camponesas dessa região, as condições climáticas, geográficas, os cultivos e criações mais evidentes.
A região onde aconteceu o intercâmbio é uma região extremamente árida e a média anual de chuvas varia entre 200 a 300 milímetros. É uma região muito rochosa, onde na maioria das vezes os solos são salinos e isso dificulta os cultivos. A pecuária é forte para a criação de caprinos e não há uma política de convivência com o semiárido.
Os participantes brasileiros perceberam que as famílias campesinas não utilizam os cactus nativos, nem outras espécies para a suplementação animal e também não é comum no semiárido argentino a estocagem de forrageiras, nem árvores frutíferas nas propriedades para garantir a alimentação de qualidade para as famílias. O grupo percebeu também que na região é constante a luta pela água e pela terra, uma vez que existem desigualdades na distribuição entre pequenos campesinos e grandes empresários agrícolas.
Em contrapartida às dificuldades existentes no semiárido argentino, os intercambistas identificaram também experiências bem sucedidas nas áreas de cooperativismo e trabalho justo e solidário.
Para Mateus Lima, agrônomo membro do Programa de Agricultura Familiar do MOC o intercâmbio promoveu a troca de saberes e também a reflexão sobre os aspectos do semiárido. Foi possível perceber as diferenças e os pontos em comuns da região, conhecer as atividades desenvolvidas, as questões sociais e políticas dos vizinhos argentinos.
Ele percebeu que na argentina há muito há avançar sobre convivência com o semiárido e práticas agroecológicas, diferente do semiárido brasileiro, onde os agricultores e agricultoras familiares já convivem com o semiárido e adotam práticas de cultivo de plantas nativas, estocagem da água e de alimentos. Mateus afirma que o intercâmbio foi importante para a troca de saberes e o conhecimento de outra cultura. “É possível perceber que no semiárido argentino precisa haver um trabalho mais forte e a maior participação dos movimentos sociais nas questões sobre agricultura familiar, relações sociais de gênero, água e segurança alimentar e agroecologia. No Nordeste brasileiro essas questões estão caminhando de forma avançada e podem servir como referência para o trabalho.”, conclui.
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