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Em comemoração aos seus 18 anos, o projeto CAT (Conhecer, Analisar, Transformar), desenvolvido pelo MOC em parceria com a Universidade do Estadual de Feira de Santana (UEFS) e 17 municípios da área de atuação do MOC, realizou entre os dias 12 e 14 de dezembro o Seminário de Avaliação Final e Integração das Ações de Educação do Campo, onde foram discutidos avanços alcançados pelo projeto além das dificuldades a serem transpostas.

O evento contou com a participação de educadores, coordenadores pedagógicos, representantes da sociedade civil organizada, além da presença de representantes dos gestores dos municípios atendidos pelo projeto.

Organizados em grupos de avaliação os educadores apresentaram os principais avanços e dificuldades dos municípios na aplicação da metodologia do CAT. Entre as melhorias destacam-se, construção da ficha pedagógica em cada município, universalização do projeto no âmbito municipal e metodologia específica. Já os entraves mais citados pelos educadores foram a não aprovação do projeto de lei, sobre educação contextualizada, falta de integração com a Secretaria Municipal de Educação, ausência de coordenador próprio para o projeto em diversos municípios.

O CAT começou a ser pensado pela equipe de educação do MOC no ano de 1993, após pesquisa realizada junto a jovens e adultos atendidos pelo o programa de alfabetização, que identificou que 65% dos participantes do programa já haviam frequentado a escola tradicional, entretanto continuavam analfabetos, pois abandonavam as aulas devido à metodologia empregada pela escola não dialogar com as suas vivências, o que terminava por gerar muitas dificuldades.    

Segundo a Professora Francisca Maria Carneiro Baptista, conhecida como “Dona Chica” uma das idealizadoras do programa, a sigla CAT expressa à metodologia.  “Conhecer, verificar a realidade em que o aluno está inserido. A partir das informações analisar qual a melhor proposta pedagógica a ser aplicada, visando transformar as dificuldades em possibilidades de convivência com o semiárido”, afirmou.

Ainda de acordo com Francisca Baptista, no decorrer destes 18 anos, o crescimento do projeto foi significativo, passando de três municípios atendidos para 21. O número de professores também aumentou, de 39 professores para mais de 1.500 na atualidade.  

De acordo Núbia Silva coordenadora do CAT no município de Serrinha, o projeto contribui com a melhoria da aprendizagem, por trazer ao aluno uma proposta que responde ao seu cotidiano “não há como conviver, sem conhecer”, afirma

Estrutura do projeto e ação dos parceiros - O CAT é desenvolvido pelo MOC em parceria com outras instituições, tendo cada entidade a função específica para o funcionamento do projeto. Ao MOC cabe organizar encontros de formação, orientar as discussões sobre agricultura familiar, gênero e educomunicação, áreas onde a instituição possui equipes especializadas.

A Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS) disponibiliza professores das diferentes áreas, estagiários de docência. Organiza junto ao MOC os encontros de formação, impressão do boletim do CAT, e transporte para as visitas nos municípios. As prefeituras ficam responsáveis por disponibilizar os professores para as formações do programa, montar uma equipe pedagógica que possibilite o diálogo entre o CAT e as Secretarias de Educação.