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Nos dias 11 e 12 de setembro aconteceu na Pousada Central em Feira de Santana o Encontro Microrregional da Articulação no Semiárido Brasileiro (ASA). O evento reuniu agricultores/as familiares, membros de comissões executivas municipais de recursos hídricos e convidados para discutirem novas estratégias de ação para futuros projetos e programas voltados para a convivência com o semiárido.

Além de discutir propostas para novos programas a partir das necessidades apresentadas pelos 50 agricultores/as familiares de 16 municípios da microrregião de Feira de Santana, o evento foi o momento preparatório com a escolha da delegação baiana que irá participar do VIII ENCONASA (Encontro Nacional da Articulação do Semi-árido), que acontece de 19 a 21 de novembro, em Januário, Minas Gerais. Dentre os participantes foram eleitos 10 delegados e suplentes entre agricultores e sociedade civil.


Novas perspectivas apontam para estocagem e acesso a terra- Ao longo de 12 anos de existência a ASA e as organizações que a compõem contribuíram para a construção de políticas públicas voltadas para melhoria da qualidade de vida do homem e da mulher do campo na área dos recursos hídricos. Recentemente construiu a cisterna de consumo de número 500 mil, além de outras tecnologias de captação de água da chuva para a produção de alimentos, como tanques, barreiros, bombas d’água, barragens subterrâneas.

O trabalho da ASA tem contado com a participação dos seus protagonistas, os próprios agricultores/as e organizações da sociedade civil que tem pautado ao longo dos anos questões prioritárias para a permanência no campo. No entanto a articulação percebe que é preciso avançar além do acesso à água para consumo, ampliar o acesso a água de produção.

Na fala dos agricultores foram expressas as demandas que ainda estão por ser enfrentadas, como a necessidade do estoque de alimentos para as pessoas e também para os animais, assistência técnica continuada, acesso ao crédito e a terra e o aproveitamento de energias alternativas. “É preciso pensar também como aproveitar a energia do sol, do vento. Acho que já fizemos muitas capacitações sobre estocagem, acho que as pessoas sabem, o que falta são as estruturas, muitas não fazem porque não tem”, afirmou Antônio Carneiro, membro da comissão executiva municipal de Pé de Serra.
 
Para José Carlos, a ASA representa muito mais que a construção de cisternas. “Quando a gente olha para a ASA a gente vê que ela é muito mais que água e cisterna, quando a gente fala de água a gente tem que pensar como vamos fazer para revitalizar os rios, açudes, como a ASA está mexendo com isso? Revitalizar as barragens, o aproveitamento da área em volta dessas barragens e açudes que não fique só nas mãos dos poderosos”, afirmou.

Esses e muitos outros debates foram realizados durante os dois dias do evento, como a apresentação da Campanha Não troque seu voto por Água e da nova logomarca da ASA.  As propostas prioritárias incluíram também criação e o fortalecimento de bancos de sementes, a regularização fundiária e reforma agrária, estas e as propostas das demais microrregiões serão apresentadas no Encontro Estadual da ASA, nos dias 19 e 20 de setembro, também em Feira de Santana.