“Com a cisterna é mais fácil enfrentar a seca”

06/07/2012

Com a continuidade das ações dos Programas Uma Terra e Duas Águas (P1+2) e Um Milhão de Cisternas (P1MC), realizados pela APAEB de Serrinha e MOC respectivamente, o curso de formação com representantes das Comissões Executivas Municipais de Recursos Hídricos em Serrinha, que teve início ontem (05) se encerra na tarde de hoje (06).


Durante os dois dias de atividade, o grupo desenvolveu um debate acerca da convivência com o semiárido, levantando as principais demandas enfrentadas nos municípios e como a partir do papel desempenhado pelas comissões, estas podem contribuir para melhorar e enfrentar com ações de convivência a situação da seca, além de planejarem as atividades do projeto.


Também contribuindo com o debate, Luiza Trabuco, do Grupo Governamental de Segurança Alimentar do Estado, esteve presente com o objetivo de divulgar as ações do Comitê Estadual de Enfrentamento a Seca e conhecer a partir do olhar das comissões a realidade e as propostas por elas sugeridas. “ O governo tem buscado diálogo com a sociedade  civil no sentido de levantar as propostas e apresentá-las ao Comitê”, afirmou Luiza Trabuco.


Das muitas propostas levantadas pelo grupo foram identificadas a necessidade de limpezas e ampliação de aguadas, perfuração de poços, construção de adutoras e continuidade das ações dos programas da ASA, P1MC e P1+2, dentre outras.


Este ano parte das comunidades rurais dos municípios de Capela do Alto Alegre, Pé de Serra, Serrinha, Teofilandia, Riachão do Jacuípe e Nova Fátima serão contemplados com tecnologias de captação e armazenamento de água da chuva como a cisterna-calçadão, cisterna de enxurrada, barragem subterrânea, bomba d´água popular, tanque de pedra, barraginha e barreiro trincheira através do P1+2, sendo um total 272 implementações.


Nos municípios de Valente, Retirolandia, Santaluz e Coité, o P1MC juntamente com as comissões, pedreiros e famílias irá construir 922 cisternas de consumo humano.


 “Com a cisterna é mais fácil enfrentar a seca”- Segundo Terezinha Santos, membro da Comissão Executiva Municipal no município de Retirolândia, as famílias beneficiadas com a cisterna estão conseguindo passar pelo período da seca com mais facilidade, porém ela aponta dificuldades identificadas pelo grupo. “A burocracia no acesso ao crédito, a falta de iniciativas que facilitem a compra de alimentos para os animais, todas as famílias ainda não tem capacidade de armazenar água, por que para quem tem a cisterna o enfrentamento a seca foi mais fácil, pois as famílias que não tinham água, podiam adquirir e armazenar nas cisternas. As que não tinham sofreram um desgaste ainda maior. A nossa demanda é que a cisterna seja para todas as pessoas”, afirmou Terezinha Santos, que representa o Sindicato na comissão.


Ela conta também que as famílias conseguiram produzir para o consumo com a água da chuva guardada na cisterna-calçadão. “Houve famílias que conseguiram ter a água conservada da chuva, produzindo a partir da água da cisterna-calçadão. Eu mesma consegui, ainda essa semana eu colhi abóboras apesar da seca. Com a cisterna é mais fácil enfrentar a seca”, ressaltou.


O papel das comissões vai além de acompanhar as execuções dos programas, é também buscar políticas voltadas para os recursos hídricos nos municípios e exercer o controle social das políticas existentes, como afirma Maria Edileuza Evangelista. “O nosso papel é acompanhar as dificuldades no acesso a água no município e apoiar os projetos que atendam a demanda de água, selecionar as famílias observando os critérios dos programas, acompanhar os cursos com as famílias e acompanhar as construções, além de buscar outras fontes de projeto e pressionar o poder público por políticas hídricas” enfatizou a Maria Edileuza Evangelista.


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