Nova presidente do CONSEA afirma que a entidade defende as cisternas de placas

19/04/2012

Foi empossada na última terça-feira, dia 17 de abril, pela presidente da república Dilma Roussef, a nova presidente do Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea). Maria Emília Pacheco é antropóloga e será a primeira mulher a presidir o conselho. Ela integra a Federação de Órgãos de Assistência Social e Educacional (Fase), o Fórum Brasileiro de Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (FBSSAN) e a Articulação Nacional de Agroecologia (ANA).Também fez parte da equipe que implantou o Instituto Nacional de Alimentação e Nutrição (Inan) em Minas Gerais e é conselheira do Conse desde o ano de 2004.

Durante o seu discusso de posse ela defendeu os direitos dos povos indígenas e quilombolas, pediu precaução em relação aos alimentos transgênicos e a utilização de agrotóxicos e fez uma bela saudação à importância da terra. Para ela, a terra é o lugar onde se celebra a vida, onde se produz cultura e as plantas e animais que nela habitam e são a riqueza da nossa biodiversidade. “A terra não é mercadoria, nem propriedade privada de pessoa física ou jurídica. É patrimônio coletivo, de todo um povo, de seus usos e costumes, e assim a apropriação dos seus frutos se dá, igualmente, de forma coletiva, de forma sustentável”, disse.


Maria Emília disse também que o Consea apoia e valoriza a agricultura familiar, e que o investimento na agricultura familiar e camponesa além de gerar emprego e renda para milhões de pessoas, estimula a produção de alimentos, a diversidade cultural e o respeito as tradições alimentares. A fixação do homem no campo preserva a natureza e fortalece as economias locais e regionais. O Consea defende também a proposta da Política Nacional de Agroecologia e Sistemas Orgânicos de Produção, em processo de elaboração por um grupo interministerial em diálogo com organizações da Articulação Nacional de Agroecologia;o que garante a proteção da agrobiodiversidade e de  iniciativas como a conservação de sementes crioulas, os sistemas locais públicos de abastecimento, e os mercados institucionais.

O Consea defende a ampliação do programa de cisternas de placas nos moldes da ASA- Ainda em seu discurso a nova presidente do Consea reconheceu a importância do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), do Programa um Milhão de Cisternas (P1MC) e do Programa Uma Terra e Duas Águas (P1+2). Segundo Maria Emília essas iniciativas tem melhorado os índices de insegurança alimentar de vários segmentos sociais. São programas que contribuem para a organização popular e impulsionam a participação social. O Consea defende também a ampliação do programa das cisternas de placas, nos moldes em que é executado pela Articulação no Semiárido (ASA) como uma das alternativas de convivência com o semiárido.

“São programas que articulam vários sentidos, e cada um com as suas especificidades contribui para revigorar as economias locais, estimular a diversificação da produção, valorizar as culturas alimentares e impulsionar a participação social, a organização popular, revitalizando o tecido associativo. Este é um aspecto fundamental da construção cidadã, da relação entre Estado e sociedade, em relação ao qual estaremos atentos para que não haja retrocessos”, completou.



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