Mulheres do Semiárido têm suas vidas transformadas depois de receberem as cisternas

12/01/2012

A rotina das mulheres de caminhar quilômetros e quilômetros de distância à procura de água para beber, cozinhar e realizar as atividades domésticas há alguns anos já foi extinta da Comunidade de Cajazeiras no município de Conceição do Coité. Com o recebimento das cisternas através das ações do Programa Um Milhão de Cisternas (P1MC), executado pela Articulação do Semiárido (ASA), através do Movimento de Organização Comunitária (MOC) as mulheres da comunidade agora tem tempo de sobra para se dedicar a outras atividades como a produção de artesanato, doces e polpas de frutas.

Anelci de Souza, mais conhecida como Dona Florzinha, nascida e criada na comunidade relata como era difícil obter água de qualidade. “Antes buscar água, era tarefa difícil, realizada sempre pelas mulheres, que saiam em grupo carregando baldes e latas para procurar água. O caminho era longo e muitas vezes a água estava barrenta e suja, devido aos animais que entravam nos tanques para beber água. Além disso, alguns fazendeiros e proprietários de terras proibiam as pessoas de pegar água e esta tarefa tornava-se além de tudo arriscada. Hoje a vida é diferente, com a cisterna tudo mudou, hoje temos esse direito garantido e também tempo de sobra para dedicar a outras atividades”, disse.

Para Dona Florzinha, as cisternas recebidas pelas famílias de Cajazeiras são fruto da articulação e mobilização comunitária. A cisterna é um forte instrumento de transformação social, que traz consigo a esperança da água de qualidade para beber, cozinhar, lavar e também fortalece a mobilização política.

“Atualmente é possível ter água ao lado de casa e sobra tempo suficiente para cuidar melhor da casa, da família, da horta e até para se divertir. As mulheres da comunidade começaram a se articular, se uniram e formaram inclusive, o grupo de produção Delícias da Terra”, afirma.

Delícias da Terra - O grupo de produção é formado por mulheres da comunidade que trabalham produzindo artigos de artesanato, polpas de frutas, bolos, doces, geléias e beijus. De forma coletiva e solidária as mulheres estão conquistando a autonomia, gerando renda e também contribuindo para o desenvolvimento local.  Confira aqui o vídeo que mostra um pouco da realidade da comunidade de Cajazeiras:http://www.youtube.com/watch?v=h1z1zUEOUH0


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