Cine MOC estreia com debate sobre masculinidades e igualdade de gênero

20/08/2025
Cine MOC estreia com debate sobre masculinidades e igualdade de gênero

Na última terça-feira (19), o Movimento de Organização Comunitária (MOC), por meio do Programa de Comunicação e Cultura (PCOM), realizou a estreia do Cine MOC, um espaço formativo, crítico e reflexivo que utiliza a linguagem audiovisual como ferramenta de diálogo, aprendizado e transformação social.

O evento contou com a presença de cerca de 70 colaboradores e colaboradoras, que participaram da exibição do documentário “Precisamos Falar com os Homens?”, produzido pela ONU Mulheres. O filme provoca reflexões sobre desigualdade de gênero e aponta caminhos para a construção de relações mais saudáveis e respeitosas entre homens e mulheres.

A sessão teve como convidado especial Raoni Pereiracomunicólogo e mestre em Educação e Ludicidade, que há cinco anos atua em rodas de conversa com homens sobre masculinidades. Ele contribuiu para ampliar as reflexões do público sobre os temas abordados pelo documentário.

“Eu tive a oportunidade de participar do primeiro Cine MOC e para mim foi uma grande alegria, porque eu acredito plenamente no poder da fala e do coletivo – e foi o que tivemos na tarde de hoje. Cerca de 50 pessoas puderam conversar, interagir, trazer suas histórias e, mais importante, falar coletivamente sobre a perspectiva tão inquietante que é o machismo. Foi engrandecedor ouvir as mais diversas experiências e conteúdos. Essa iniciativa é realmente muito potente do MOC, por proporcionar esse espaço de discussão aos seus colaboradores. Certamente crescemos juntos e coletivamente. O MOC mandou muito bem nessa iniciativa, e eu agradeço por estar participando.” — destacou Raoni.

Para Kívia Carneiro, coordenadora do PCOM, a estreia do Cine MOC representa um marco na trajetória da instituição:

“A gente estreia aqui o Cine MOC, uma ação pensada há muito tempo, que não é apenas sobre assistir a um filme, mas de trazer produções relevantes, com contextos socioambientais, culturais e políticos, que gerem reflexão, crítica e compreensão. Celebramos esse dia de forma grandiosa, especialmente por trazer o tema do enfrentamento à violência contra meninas e mulheres, e ver a equipe do MOC participando ativamente desse processo.”


Para Maycon Farias, técnico do MOC, o espaço trouxe um diferencial importante para a rotina institucional: “Já trabalhei em outras empresas, mas nunca tivemos um momento como este. Hoje foi um dia de informação para levarmos às comunidades e às famílias, mostrando a importância de homens e mulheres refletirem juntos sobre esses temas.”

Agosto Lilás e masculinidades em debate

O lançamento do Cine MOC aconteceu no contexto do Agosto Lilás, mês de conscientização pelo fim da violência contra as mulheres. Para Selma Glória, coordenadora do Programa de Gênero, Geração e Igualdade Racial do MOC, a iniciativa amplia o olhar sobre o tema:

“É importante a gente trazer uma demarcação desse período que a gente está vivendo, que é o mês de agosto, também conhecido como Agosto Lilás por muitos de nós. E o MOC aproveita esse contexto, esse momento para fazer o lançamento do Cine MOC. E aí um tema que ele, a gente fala que grita, que é sobre as masculinidades. A gente sempre fala da perspectiva da violência contra as mulheres em uma outra perspectiva, mas a perspectiva de repensar as masculinidades. Então, está sendo extremamente importante esse momento aqui no MOC, sobretudo quando a gente consegue envolver os homens, e como essas masculinidades podem ser repensadas. Então, acho que essa iniciativa do MOC vem como uma ferramenta, como um instrumento de dialogar, de fazer diferente, começando dentro de casa, para a gente também lançar a campanha de enfrentamento à violência com mais adesão da própria equipe e com uma equipe fazendo uma multiplicação de conhecimentos sobre novas perspectivas de relações de gênero, de homens e mulheres, de enfrentamento à violência, né? E como repensar e como construir novas masculinidades para uma sociedade mais justa, mais equitativa e livre de todas as formas de violência contra meninas e mulheres.”



A técnica do MOC Fabiana Maia também reforçou o caráter pedagógico da atividade: “A proposta de hoje foi essencial para a formação, por trazer através da arte do cinema temas tão importantes como igualdade de gênero e masculinidades positivas. Foi um espaço de desconstrução do machismo e de construção de uma visão de sociedade mais igualitária para todos.”


Cinema como ferramenta de formação

O caráter formativo da ação também foi ressaltado por Fabiana Maia, técnica do MOC: “A atividade de hoje foi essencial para a formação, por trazer através da arte do cinema temas tão importantes como igualdade de gênero e masculinidades positivas. Foi um espaço de desconstrução do machismo e de construção de uma visão de sociedade mais igualitária para todos.”

A estreia do Cine MOC não se limitou a uma exibição cinematográfica. O momento foi um convite à escuta, à reflexão coletiva e ao fortalecimento da equipe do MOC enquanto sujeito ativo na luta por uma sociedade mais justa. Para muitos colaboradores, foi a primeira oportunidade de vivenciar um espaço institucional que, por meio da arte, abriu horizontes para novas compreensões sobre as relações de gênero, violências e possibilidades de transformação social. O Cine MOC nasce, portanto, como um espaço permanente de aprendizagem e crítica, reafirmando que a comunicação e a cultura são instrumentos fundamentais na caminhada do MOC e de sua equipe para promover dignidade, equidade e direitos no Semiárido baiano.