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Para celebrar um dos projetos mais importantes da história do MOC, nesta quinta-feira (5), aconteceu o Seminário dos 30 Anos do Projeto CAT – Conhecer, Analisar e Transformar a realidade do campo. O evento, que aconteceu na UEFS, marca três décadas de uma iniciativa transformadora que promoveu educação crítica e contextualizada para crianças e adolescentes de 20 municípios do Semiárido baiano.

Com manifestações artísticas, culturais de alunos/as do CAT do município de Retirolândia e Santaluz, mesas, uma institucional e outra memorial, além de relatos de experiências, o seminário foi repleto de ricas emoções reforçando a impotência do CAT nesses 30 anos de existência.

Numa expressiva e potente abertura do evento, criadores/as do projeto expressaram a felicidade de celebrar 30 anos de um projeto memorável. Naidison Baptista, um dos idealizadores do projeto falou sobro o seminário, “foi um dia muito bonito. A gente viu que o CAT germinou e colheu durante esses 30 anos. A gente conversou sobre o nascimento, o surgimento, como fomos criando as estratégias para que ele pudesse caminhar, como foi se transformado numa política, como se agregou ao CAT o Baú de Leitura e ouvimos relatos de histórias de vida, cheio de emoções muito forte e significativa e que apesar dos percalços, limites e questões que nos impedem de fazer melhor, nós do MOC – em especial a equipe de educação, semeou a semente que ajuda a transformar o Semiárido”.

Para Abdalaziz de Moura, pessoa inspiradora para a criação dos CAT, ressaltou sobre a satisfação de estar presente na celebração e relembrou as dificuldades diante do sistema educacional. “Mexer com educação naquela época era difícil, pois a educação dentro do sistema se protege e tem dificuldade de se autoquestionar, e a gente viu que o caminho era a educação do campo exatamente pelo esquecimento porque a escola do campo era vista como escola de segunda categoria e não havia a presença forte do sistema. Então pudemos trazer as experiências da educação popular, da “Ação Católica” dos movimentos sociais e dizer para a escola: aqui tem experiência que podem contribuir com a educação”.

O impacto do projeto ultrapassa gerações. Muitas crianças e adolescentes que participaram do CAT hoje se destacam como lideranças comunitárias, educadores, artistas e escritores. Além disso, a iniciativa resultou na publicação de oito livros, centenas de materiais didáticos contextualizados e ações pedagógicas inovadoras.

“Tudo isso já é muito mais que um programa ou uma metodologia, eu imagino que na medida que a gente tomar ciência e consciência que a gente está construindo uma pedagogia. Já temos elementos para dá um salto qualitativo e consolidar caminhos, pois quem quiser fazer mudança só olhar o que já criamos”, afirma Moura.

Nelmira Moreira, coordenadora do Programa de Extensão do CAT na UEFS, afirma a importância da parceria junto ao projeto. “É uma data importante para nós que fazemos o CAT. Um projeto que a gente confia, acredita que pode fazer diferença na vida das pessoas como vimos nos depoimentos do professores, ex-alunos do CAT e a gente ver que é possível com união, parceria e vontade de trabalho fazer uma educação e qualidade fazendo com que a vida das pessoas mudem e mudem para melhor. Nós da UEFS agradecemos muito com desejo de que possamos seguir construindo uma educação emancipatória e de qualidade para todas as pessoas”.

O evento oportunizou o lançamento do livro: Projeto CAT – uma caminhada de 30 anos construindo a Educação do Campo no Semiárido baiano, com organização do professor José Fernando Andrade Costa e das professoras Nelmira Moreira da Silva e Vera Maria Oliveira Carneiro, reúne uma série produções coletivas que documentam e disseminam ações desenvolvidas pelo CAT.

O Seminário dos 30 Anos do CAT reafirma o compromisso com uma educação contextualizada, crítica e transformadora, conectada à realidade do Semiárido baiano, como destaca Vera Carneiro, coordenadora do PECONTE. “Dedicamos tudo isso às nossas crianças, adolescentes e jovens, que compartilham dessa rica experiência. Vida longa ao CAT! Que UEFS e MOC continuem semeando e colhendo bons frutos”.

Criado em 1994, o CAT é fruto de uma parceria entre o MOC, a UEFS e movimentos sociais e sindicais do campo. Desde então, tem impactando diretamente mais de 200 mil crianças e adolescentes e envolvendo cerca de 900 educadores, coordenadores pedagógicos, gestores públicos e membros da sociedade civil.

O MOC festeja este momento com alegria e afeto ao lado de todos e todas que fazem o CAT acontecer.

Vida longa ao CAT!