Comunidade de Mucambo apresenta seu trabalho de preservação do meio ambiente

15/07/2011

No dia 14 de julho a comunidade de Mucambo em Riachão do Jacuípe recebeu a visita de um grupo de embaixadores da empresa Pfizer. A empresa é uma parceira do Movimento de Organização Comunitária (MOC) e desenvolve projetos de assistência técnica rural em diversos municípios do semiárido baiano.

Os embaixadores são funcionários da Pfizer, que na sua maioria moram e trabalham em São Paulo e se inscrevem em um programa voluntariado, com o objetivo de conhecer alguns projetos que a empresa financia e desenvolve em vários estados do país. O grupo de embaixadores que veio à Bahia visitou a comunidade de Mucambo no município de Riachão do Jacuípe e conheceu o Projeto Cabra Escola e o trabalho de educação ambiental que a comunidade desenvolve junto à escola e às famílias.

Cabra Escola- MOC com o apoio da Pfizer, o projeto Cabra Escola foi executado na comunidade até o ano de 2008 e teve como proposta oferecer a criação de caprinos para algumas famílias, e em troca elas manteriam seus filhos na escola. Desta forma, a família teria uma renda garantida, e as crianças estariam freqüentando a escola e também se alimentando do leite produzido pelas cabras. O projeto já foi finalizado na comunidade de Mucambo, porém permanece em outras comunidades de outros municípios baianos e através da sua proposta tem gerado bons frutos e resultados bastante positivos.

Alguns desses resultados podem ser identificados no trabalho de educação e preservação do meio ambiente desenvolvido na comunidade de Mucambo. Uma iniciativa do agricultor familiar Abelmanto Carneiro, o trabalho tem transformado a realidade local e ajudado a gerar renda para muitas famílias. A comunidade é referência no conceito de sustentabilidade rural e realiza um trabalho de reaproveitamento do lixo produzido, inclusive junto à escola e aos alunos.

As crianças aprendem desde cedo a valorizar o contexto em que vivem e também a preservar e cuidar do meio ambiente. Através do Projeto Vida do Solo, toda a comunidade se engaja pela mesma causa e torna-se uma aliada da natureza. Os moradores recolhem todo o lixo produzido e já em suas casas realizam uma espécie de coleta seletiva, onde separam e tratam o lixo, para reaproveitá-lo na atividade de artesanato.

Boa parte do que antes era descartado pela maioria das pessoas, hoje nas mãos das crianças e das famílias torna-se uma atividade que gera renda e contribui para a preservação do meio ambiente. Papéis de bala, frascos de vidro, retalhos e CDs usados se transformam nas mãos dessas pessoas em peças de arte e utilidades como: brinquedos, colchas, tapetes e em uma infinidade de produtos que surgem com muita criatividade e muita imaginação.

Para Abelmanto Carneiro, são ações como esta que ajudam a melhorar e a transformar o ambiente. Ele é destaque na sua função de agricultor familiar, pois através de práticas agroecológicas e sustentáveis, consegue o equilíbrio da sua propriedade e também da sua produção. Segundo ele, o trabalho de preservação ajuda a evitar questões como o êxodo rural, as pessoas aprendem a valorizar o ambiente em que vivem e descobrem as inúmeras oportunidades que o semiárido pode oferecer.

Ele afirma que há cerca de dez anos trás, era muito comum famílias saírem da comunidade para buscar empregos e a sobrevivência em cidades como Salvador e São Paulo, mas que hoje esta situação tem mudado, graças as ações de projetos e políticas que a comunidade tem acessado e também a mudança de mentalidade. “As pessoas estão percebendo que podem transformar a realidade, através da valorização do lugar onde vivem e da preservação do meio ambiente”, disse.

Um outro olhar - Jéssica Galante, funcionária do setor administrativo da Pfizer, foi uma das integrantes do grupo que visitou a comunidade de Mucambo. Ela mora e trabalha em São Paulo e nuca tinha visitado a Bahia, nem conhecia muita coisa a respeito do semiárido. Segundo ela, só através de livros e dos meios de comunicação. A visão que ela tinha do semiárido era de um lugar muito seco, de solo rachado, com a vegetação apenas de cactus, onde as pessoas sofriam com a falta de água e de oportunidades. Jéssica ficou muito feliz e surpresa com a visita, pois conheceu e vivenciou uma outra realidade.

Ela disse que mudou completamente a sua forma de pensar e o conceito errado que tinha sobre o semiárido. E também se surpreendeu com a organização e a forma de planejamento das famílias e também com as técnicas e os conhecimentos de como driblar a seca e a falta de água. “Testemunhei que no semiárido existem muitas oportunidades e as pessoas vivem felizes porque valorizam o ambiente em que vivem, e através da organização criam as oportunidades”, completou.

Jéssica disse ainda que vai voltar para sua cidade, aprendendo a dar mais valor as coisas do dia –a- dia como por exemplo o acesso à água. De acordo com ela, é fundamental que as pessoas vejam os recursos naturais como bens importantes que precisam ser preservados e deixados para gerações futuras.  


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