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A iniciativa é promovida pelo MOC em parceria com organizações como KNH, ActionAid, Terre des Hommes Suísse, Funtrad e Agenda Bahia do Trabalho Decente. Seu propósito vai além da conscientização, buscando também promover ações educativas para combater a violência de gênero e raça. A campanha terá uma atuação abrangente nos territórios da Bacia do Jacuípe, Sisal e Portal do Sertão, fortalecendo ainda mais o compromisso coletivo na construção de um ambiente seguro e igualitário para todas as mulheres.

Durante o evento, a coordenadora do Programa de Gênero, Geração e Igualdade Racial, Selma Glória, destacou a importância de não apenas abordar as dores, mas também de celebrar e honrar aqueles e aquelas que vieram antes de nós, pavimentando o caminho para um país e uma sociedade mais justa. A luta antirracista é um compromisso de toda a sociedade, envolvendo não apenas os negros e pardos, mas também aqueles que reconhecem a importância de se somar a esse esforço coletivo. Em sua fala, ela também afirmou que o enfrentamento ao racismo é crucial para combater a violência de gênero, uma interseção que frequentemente resulta em tragédias para as mulheres.

Conforme dados apresentados durante o evento, o Anuário Brasileiro de Segurança Pública (2023) revelou um aumento de 6,1% nos registros policiais de feminicídios em 2022, totalizando 1.437 mulheres assassinadas, sendo 61,1% negras e 38,4% brancas. A Bahia, especificamente, testemunhou um alarmante aumento de 58% nos casos, liderando os índices de feminicídios no Nordeste, com 316 crimes registrados.

A campanha do MOC busca não apenas conscientizar a sociedade sobre esses números alarmantes, mas também encorajar a denúncia e ação contra qualquer forma de violação dos direitos das mulheres. Durante o evento, foi reforçado o papel crucial das redes de apoio e dos canais de denúncia, como o Disque 180 e o 190.

Parceiros locais, líderes, a defensoria pública, movimento de mulheres, gestores/as e a Ronda Maria da Penha participaram de duas plenárias durante o evento. No primeiro painel, discutiu-se a "Violência contra as mulheres e os mecanismos de proteção". No segundo painel, intitulado "A autonomia socioeconômica das mulheres como estratégia de superação da violência", enfatizou-se a importância da independência financeira das mulheres na superação da violência de gênero. Durante essas discussões, os participantes expressaram seu compromisso em apoiar a campanha e contribuir para a construção de uma sociedade mais justa e igualitária. 

Além disso, durante o evento, aconteceu uma feira dos empreendimentos econômicos solidários, com exposição de produtos da agricultura familiar e economia solidária.

A campanha agora se desdobrará em diversas iniciativas ao longo dos "21 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência", que serão marcados por uma série de ações educativas, sensibilização da comunidade e debates sobre a importância de combater todas as formas de violência contra meninas e mulheres. O evento de lançamento estabeleceu uma sólida base para as atividades futuras, fortalecendo o compromisso coletivo na construção de um ambiente seguro e igualitário para todas as meninas e mulheres. Seja você também parte dessa luta. Não se cale! Denuncie toda e qualquer forma de violação dos direitos das mulheres e ajude a proteger vidas.

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