Autonomia econômica para as mulheres é garantida através do trabalho de assistência técnica rural

01/07/2011


Prestar assitência técnica e extensão rural às mulheres, para fortalecer a produção agroecológica com qualidade e sustentabilidade. Este é o principal objetivo do projeto Mãos na Terra, desenvolvido pelo Movimento de Organização Comunitária (MOC) com o apoio do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA).

Executado em 14 municípios do território do Sisal o projeto também busca incentivar a autonomia econômica das mulheres e o seu protagonismo na economia rural, através de oficinas sobre relações de gênero, produção agroecológica e gestão de empreendimentos. O trabalho consiste em identificar os grupos de produção nos municípios e a partir disto desenvolver os objetivos do projeto.

As mulheres que fazem parte destes grupos de produção participam das formações e aplicam os conhecimentos à realidade, melhorando assim a organização e a comercialização dos sistemas produtivos. As oficinas têm um papel muito importante neste processo, pois, é a partir delas que são apresentadas as demandas dos grupos de produção e é possível assim conhecer melhor cada realidade.

Assitência Técnica Rural- As oficinas sobre relações de gênero trabalham a partir da reflexão sobre a diferença entre gênero e sexo, com a metodologia da tempestade de idéias, pontuando as diferenças que formam o homem e a mulher. Aspectos biológicos, culturais e históricos surgem nesse debate, inclusive a respeito da divisão do trabalho na unidade familiar e na agricultura e também o acesso das mulheres às políticas públicas.

Para Maria Vandalva, técnica do Programa de Gênero do MOC, esse trabalho de assistência técnica rural só ajuda a melhorar as atividades no campo da organização, da produção e da comercialização das mulheres rurais. Para ela são estes os três fatores que fortalecem a autonomia e o desenvolvimento econômico. “As mulheres passam a se reconhecer como empreendedoras e eliminam a visão cultural e histórica, de que são meras ajudantes do homem na roça e na agricultura. Elas se reconhecem e passam a ser reconhecidas pela sociedade como protagonistas, produtoras e empreendedoras da economia rural.”, disse.

As ações que focam sobre a agroecologia têm o objetivo de organizar ou reorganizar os sistemas de produção das agricultoras familiares. Através do desenho da propriedade e a interação entre a equipe técnica e as mulheres, e a troca de saberes sobre os princípios agroecológios, utilização dos recursos naturais, desenvolvimento sustentável e melhoria dos sistemas produtivos.

Nas formações sobre gestão administrativa e financeira, as produtoras são orientadas sobre a importância de um sistema administrativo e financeiro bem organizado e controlado, como instrumento fundamental no processo administrativo e forma para atingir o avanço e o sucesso da organização. As mulheres tem a oportunidade de conhecer melhor sobre questões burocráticas contábeis e de documentação.

Em todas as ações do projeto Mãos na Terra além das oficinas de formações, todas as mulheres participam de visitas técnicas, e conhecem na prática formas para melhorar a produção. Tem a oportunidade de conhecer propriedades agroecológicas, que tem o sistema produtivo avançado, conhecer grupos de produção que são exemplo em organização, em gestão e processos administrativos e financeiros e trocar experiências entre si mesmas fortalecendo ainda mais a autonomia e contribuindo para a geração de renda e o alcance das políticas públicas.

Dona Maria José de Oliveira, da comunidade de Recanto em Serrinha, que faz parte do grupo de produção GEMA, está muito satisfeita com as atividades e os momentos de integração que o projeto Mãos na Terra tem lhe proporcionado. Segundo ela, são muitos conhecimentos que estão surgindo, principalmente sobre a organização e a documentação necessária que um grupo de produção precisa ter. Algumas mulheres do grupo que ela faz parte já conquistaram a Declaração de Aptidão ao Pronaf (DAP), que pertime acessar linhas de crédito, e assim o trabalho e a produção só se fortalecem.

“Tudo está sendo muito gratificante, principalmente porque além de todos os aprendizados, estamos tendo a oportunidade de participar e intercâmbios e trocar experiências com outras mulheres e outros grupos de produção. Além disto o grupo está mais organizado e as mulheres estão mais interessadas em dar continuidade ao trabalho e ampliar e potencializar a produção acrescentando inclusive, novos produtos.”, afirmou Dona Maria José.



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