Materiais didáticos lançados irão contribuir para práticas pedagógicas contextualizadas

10/05/2011

A abordagem sobre o semiárido, sua gente, cultura e identidade já não é mesma a mais de uma década. Uma série de ações, projetos, metodologia e os seus sujeitos vêem contribuindo ao longo desses anos para mudar a percepção do sertão como um lugar inviável e miserável para seu povo viver. Como uma das alternativas de mostrar os resultados dessa caminhada de forma sistematizada, foi lançado no dia 09 de maio, na Universidade Estadual de Feira de Santana, materiais didáticos sobre educação contextualizada.

Um caderno pedagógico e uma série de oito desenhos animados irão contribuir para que alunos e professores - sujeitos que inspiraram a produção dos materiais-, tenham uma aula diferente. O objetivo das produções é reunir as práticas já existentes, e trazer uma reflexão teórica e metodológica que sirva de subsídio para ações pedagógicas na perspectiva da educação contextualizada e da convivência com o semiárido.

Durante o evento, educadores, alunos, representantes da sociedade civil e gestores públicos assistiram a um episódio da série “Água, Vida e Alegria no Semiárido”, produção realizada pela Articulação do Semi-árido Brasileiro (ASA) e MOC com apoio do Canal Futura.

Na ocasião, alunos da Comunidade Ponto Novo, situada no município de Riachão do Jacuípe e o professor Reginaldo Miranda de Souza, fizeram apresentação musical e repente em homenagem ao lançamento. A turma e o professor foram a grande inspiração para os personagens da série, construídos a partir dos desenhos das crianças.

Para Reginaldo, a experiência significou aprendizado e uma mudança positiva na autoestima dos alunos. “ Foi uma experiência maravilhosa, emocionante. Influenciou no aprendizado dos aluno e no meu também. Trouxe conhecimento e valorização da idéia de que é possível viver bem no semiárido, evitar o êxodo. Esses desenhos foram uma guinada na autoestima dos alunos e no trabalho com o meio ambiente”, enfatizou Reginaldo Miranda.

“Foi muito bom, nós aprendemos mais sobre a escola, o meio ambiente e o semiárido” afirmou Sheila dos Santos, aluna da Escola  Municipal Dr. João Oliveira Rocha.

Um trabalho de muitas mãos- A partir da ação de projetos como Conhecer, Analisar e Transformar (CAT), Baú de Leitura e outros, uma perspectiva diferente de educação foi sendo construída ao longo dos anos. Com a intervenção de educadores, coordenadores, equipe de Educação do Campo do MOC, gestores,  a concepção e a prática da educação contextualiza foi ganhando novos elementos e se ampliando.

O resultado disso pode ser conferido no Caderno I, “ Construindo Saberes para Educação Contextualizada”, que surge com o objetivo de divulgar essa experiência e contribuir para o trabalho dos  muitos educadores/as, como afirma Vera Carneiro, coordenadora da equipe de Educação na abertura da mesa em que o material foi apresentado. “ Não se encontrava materiais contextualizados sobre a nossa realidade. A partir da necessidade de trabalhar nessa perspectiva, levando em consideração nossa cultura e identidade, professores reivindicaram que algo fosse produzido nesse sentido. Portando esse trabalho foi uma construção coletiva, das formas de trabalhar o conhecimento valorizando os saberes, questões envolvendo o semiárido”, ressaltou Vera Carneiro.

Também, na mesa-abertura, juntamente com representantes da Resab, ASA, Secretária de Educação do Estado, e MOC,  Eliene Novaes representante da Contag falou da importância desse material. “Essas iniciativas são importantes por que dão visibilidade e tira do anonimato os sujeitos do campo. Sabemos que quando produzimos materiais disseminamos idéias contribuímos para desconstruir essa idéia negativa sobre o semiárido. Esse material dá voz a professores e alunos através da sua metodologia”, afirmou Eliene.

“ A missão da ASA é possibilitar a construção do saber nas comunidades do semiárido, é a concretização do saber de forma coletiva. A criança tem que começar o aprendizado da terra onde está, do seu chão, para depois partir para o mundo, alçar grandes vôos. Não considero apenas uma vitória do MOC, mas de todas as entidades que vão ter um instrumento como esse, para nós é motivo de grande alegria” ressaltou Agnaldo Rocha, coordenador da ASA-BA. O evento foi encerrado com contação de histórias e música.










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