Pelo fim da violência contra as mulheres negras

05/05/2011

O CEAFRO, um programa de extensão do Centro de Estudos Afro-Orientais (CEAO) da Universidade Federal da Bahia (UFBa), recentemente lançou uma campanha estadual contra a violência às mulheres negras baianas. A medida visa chamar a atenção da sociedade civil e órgãos públicos para o grave cenário de agressão em que vivem as mulheres negras; fortalecer a imagem das mulheres negras em suas lutas contra as distintas formas de violência, que se dão no âmbito doméstico, intra-familiar ou no acesso aos serviços e nos processos de defesa.

No dia 09 de maio a campanha será lançada no Território do Sisal, nas cidades de Conceição do Coité e Serrinha. Em Conceição do Coité, o lançamento acontece às 9 horas da manhã no auditório da Universidade do Estado da Bahia (UNEB Campus XIV). Em Serrinha, o lançamento será realizado na Fundação Nacional de Saúde (FUNASA), às 14 horas.

Números da violência - Pesquisas, como a da Fundação Perseu Abramo, fazem o alerta: a cada dois minutos, nada menos do que cinco mulheres são agredidas no Brasil, onde diariamente uma média de 10 mulheres são assassinadas. Se não bastasse, nos últimos 12 meses, 1 milhão e 300 mil mulheres, com mais de 15 anos, foram agredidas. Já o serviço Ligue 180, uma Central de Atendimento à Mulher, da Secretaria de Políticas para as Mulheres (SPM/PR), informa: de janeiro a dezembro de 2010 foram registrados 734.416 atendimentos, um aumento de 82,8% em relação a 2009 (269.977).  Ainda segundo a SPM/PR, 47% das usuárias dos serviços de atendimento a vítimas de violência - que em 2010 chegou a 5.302 - possuem nível fundamental de escolaridade. Dessas, 51,7% têm idade entre 20 e 35 anos; e 58,3% se declaram pardas ou pretas. Ainda segundo a SPM/PR, o Estado da Bahia ocupa o desconfortável 3º lugar em número de atendimentos do Ligue 180.

A iniciativa do CEAFRO faz parte do projeto Encruzilhada de Direitos - raça, gênero e enfrentamento à violência contra as mulheres negras na Bahia, coordenado pela socióloga Vilma Reis, e desenvolvido há dois anos em 15 territórios baianos, com o apoio da SPM/PR e da Superintendência de Políticas para as Mulheres da Secretaria Estadual de Promoção da Igualdade (Sepromi).

Nessa primeira etapa da campanha, foram produzidos spots de rádio e televisão, cartazes, marcadores de livros, sacolas, e foi criado um blog. Na segunda fase, serão produzidos outdoors, busdoors e a publicação do “Dossiê da Violência Contra as Mulheres na Bahia”, com dados de uma pesquisa desenvolvida pelo CEAFRO de janeiro de 2009 a março de 2010, nos jornais A Tarde, Correio da Bahia e Tribuna da Bahia.

 

 


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