Relatório de Atividades Anual do MOC 2019

25/10/2021

O Brasil continua sendo um dos países mais desiguais do mundo. Esta desigualdade toma mais corpo e se materializa muito mais quando os sujeitos envolvidos são   mulheres, comunidades tradicionais, quilombolas, negros e negras.

É como se a essas comunidades e povos se negasse o direito de existir e de viver.

Um olhar mais aguçado vai notar que estas desigualdades, muitas vezes naturalizadas, são fruto de políticas implementadas e voltadas praticamente para esta finalidade.

O MOC, desde seu surgimento e pelos mais de 50 anos de sua existência tem se colocado como objetivo, no entanto, diminuir ou sustar estas desigualdades e contribuir na construção de um mundo justo e solidário.

Constatando –se o quão grande e avassaladora é a injustiça no mundo, no Brasil e mais especificamente no semiárido, nossa contribuição quase que se torna imperceptível.

Acreditamos, porém, que o caminhar, se faz de passos e mais passos, pequenos é verdade; acreditamos no papel das pequenas coisas e que é delas que se constroem grandes; acreditamos no papel transformador de cada atividade que se realiza e a outras se vai juntando.

Por isso continuamos a apostar na transformação da sociedade, num mundo mais justo e equânime; numa sociedade para todos e não apenas para alguns.

Este relatório quer ser um testemunho. Testemunho da ação de cada professor/a que efetiva em sua sala de aula a educação contextualizada e que, juntando-se a centenas de outros/as projeta a bonita experiência de educação contextualizada do MOC; testemunho do dia a dia de cada agricultor/a que faz de sua propriedade um espaço de vida, com afeto e carinho com as pessoas e a natureza e que, ao se juntar a outros, projeta a Agroecologia e a convivência com o semiárido pelos nossos espaços; testemunho das mulheres, jovens e outros sujeitos que, descobrindo seu lugar na vida, família, comunidade , deixa de ser objeto e assume seu caminho; mulheres que ao se articular tecem redes de vida, de luta e de conquista; testemunho das pessoas, homens e mulheres, que acreditando numa economia voltada para a vida e não para a morte, formam empreendimento solidários, voltados não para a concentração e sim para a produção e a partilha e, assim, agrupam-se em redes, articulações e projetam no mundo alimentos de qualidade e saudáveis e produtos de amor.

São estes testemunhos, acreditamos, que publicitados, nos animam, alimentam e fazem continuar o caminho.

E aqui testemunhamos também o forte esforço do MOC, de organizações parceiras e coirmãs na perspectiva de unir forças e interferir na política nacional, estadual, regional.

Sem esta interferência, com certeza, as possibilidades de transformação do mundo na trilha da justiça estaria bem menor e nossos resultados também menores.

Publicando este relatório agradecemos a todos e todas que, de uma maneira ou de outra nos apoiaram e tornaram possível esta caminhada.

E renovamos a esperança de que resistir é possível e de que construir a justiça não é bobagem e sim o imperativo da vida.

Agradecemos sugestões e críticas que nos ajudem a caminhar melhor.

 

 


 

 

Celia Santos Firmo

Coordenadora Geral

 


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