Entidades avaliam ações do Cisterna nas Escolas

16/02/2011

Durante dois dias representantes de 07 Unidades Gestoras Microrregionais que fazem parte da Articulação no Semi-Árido Brasileiro no Estado da Bahia (ASA Bahia), estiveram reunidos em Feira de Santana para monitorar e avaliar ações do projeto Cisterna nas Escolas.

O evento teve início com uma apresentação de José Coqueiro, membro da coordenação da ASA Bahia, que falou sobre os desafios da articulação com o poder público e a atuação da sociedade civil. Para Coqueiro, o projeto Cisterna na Escola está possibilitando melhor diálogo com o poder público. “É imprescindível a boa relação com o poder público para a implementação e o bom funcionamento do projeto, pois ele (poder público) é o responsável pela escola e sua estrutura”, disse.

José Coqueiro destacou ainda o papel das Comissões Municipais, definindo como fundamentais. “As comissões municipais são guiadas por um sentimento de querer ver a vida das pessoas mudada”.

Após reflexão feita pelo coordenador da ASA Bahia, os participantes realizaram um trabalho em grupo para avaliar a mobilização social, capacitações e o processo de construção das cisternas.

Dificuldade em envolver a comunidade – O projeto Cisterna nas Escolas está contribuindo com as escolas que sofrem com a falta de água. Em muitas delas, os alunos tem que levar água de casa para matar a sede durante a aula. Em outras, a água é de péssima qualidade.

No entanto, algumas comunidades que estão sendo contempladas com o projeto ainda precisam despertar para a importância das crianças e adolescentes consumirem água de qualidade na escola. Durante a avaliação os participantes apontaram como um dos principais desafios o envolvimento da comunidade, dos professores e merendeiras.

Integrante da Comissão Municipal em Santa Bárbara, Leonice Ribeiro dos Santos afirma que o desafio é fazer com que os pais abracem o projeto. “As pessoas estão com dificuldades em apoiar porque a cisterna não é na casa deles. Muitos já foram beneficiados com a cisterna de consumo em casa, mas, não conseguem perceber a necessidade de ter água de boa qualidade também na escola”, conta Leonice.

Coordenadora do projeto no MOC, Kamilla Ferreira ressalta que as comunidades e os funcionários da escola precisam cuidar do abastecimento e gerenciamento da água. “A cisterna na escola é de 52 mil litros e só a água da chuva não será suficiente para um público maior que a família, que são os estudantes. Vamos trabalhar com abastecimento da cisterna, em parceria com o poder público, por isso a participação e a fiscalização por parte da comunidade será essencial para garantir não somente quantidade, mais qualidade da água para os alunos durante todo o ano”.

Educação contextualizada – No segundo dia de atividades o debate foi como o Cisterna nas Escolas está contribuindo para o debate sobre educação contextualizada no semiárido. A proposta é que a cisterna vá além do armazenamento da água, mas, que sirva como um instrumento pedagógico durante as aulas.

Com 03 cisternas já construídas, o município de Santa Bárbara agora vai iniciar o trabalho de educação contextualizada nas escolas do campo. De acordo com Kamilla Ferreira, após as capacitações com os educadores a Secretaria de Educação do Município entrou em contato com a equipe do MOC para implantação dos projetos Baú de Leitura e Conhecer, analisar e Transformar a realidade (CAT). O Baú de Leitura já está implantado no município, enquanto o CAT ainda está em fase de negociação.

 


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