MOC recebe visita da Actionaid Brasil para conhecer histórias de mudanças

28/05/2019
MOC recebe visita da Actionaid Brasil para conhecer histórias de mudanças

Nos dias 22 e 23 de maio, a ActionAid Brasil que completa 20 Anos no país, uma organização internacional que trabalha por justiça social, igualdade de gênero e pelo fim da pobreza, que há anos caminha em parceria com o MOC, visitou experiências exitosas através da jornalista Erika Azevedo (Comunicação da ActionAid), que entrevistou e registrou histórias de família, mulher, jovem e criança ou adolescente  do Sistema de Vínculos Solidários que foram impactadas positivamente pelo trabalho do MOC.

 

A ideia desse trabalho foi de conhecer as histórias, que se propõe a fazer parte de um produto da equipe de comunicação da ActionAid, que se chama Vozes da Comunidade e se destina a enviar histórias de mudanças de famílias no Sistema de Vínculos Solidários para os doadores suecos e brasileiros que apadrinham crianças das comunidades de atuação do MOC pela ActionAid. O Vozes da Comunidade é feito em formato de carrossel, por isso, os parceiros vão se alternando a cada ano por semestre e enviando essas histórias.

 

Desse modo, quatro experiências foram visitadas, a primeira história foi a da jovem Nathiele Lima de Boa Vista de Aroeira em Conceição do Coité, a segunda foi com a agricultora Antônia Oliveira, de Alto Bonito, Nova Fátima, a terceira foi a história da grande mulher Jucineide, de Alto Alegre, Serrinha, e por fim a história do garoto Charles Carvalho. Ambas as histórias se debruçaram em conhecer suas vidas, e sobretudo sobre as mudanças acontecidas por meio da participação nas ações do MOC com apoio da ActionAid, através do Programa Local de Direitos (PLD), que faz parte do projeto Parceiros por um Sertão Justo.

 

Jovem

 

A jovem Nathiele Oliveira Lima, 16 anos, contou que estuda no Colégio Estadual Duque de Caxias, e cursa o 3º ano do Ensino Médio, em Aroeira, reside em Boa Vista de Aroeira, Conceição do Coité, com meus pais, Rosimere Anunciação Oliveira e Nilson de Oliveira Lima. A sua mãe trabalha como agente de saúde e também na produção de hortaliças no quintal produtivo, conquistado através do MOC com a 2ª Água, e o pai é agricultor e cultiva feijão, milho feijão, mandioca, entre outros. O que Naty, como é carinhosamente chamada, mais ama fazer é estudar, ler livro e ouvir músicas. Na escola se encanta com a ideia de aprender conhecimentos novos a cada dia, “acho massa essa ideia de aprender coisas novas e aprimorar coisas novas”. Ao ser questionadas sobre as dificuldades enquanto jovem na zona rural, ela respondeu: “A gente enfrenta várias dificuldades, os jovens quando acaba de se formar não tem oportunidade de emprego, oportunidade de continuar seus estuda, até a distância de ir para a Universidade é mais complicado, a gente não tem lazer, se você observar bem na minha comunidade não tem lazer, até mesmo uma água de qualidade na nossa comunidade a gente não tem”, frisou Nathiele.

 

Segundo Nathiele, a partir do momento que começou a participar das atividades de vínculos, virou outra jovem, com a cabeça mais aberta, levou mais conhecimentos para sua bagagem, mais oportunidades, “é incrível depois que eu entrei em Vínculos, mudei bastante”. Sobre o que ela aprendeu: “Muita coisa, pude adquirir uma mente política crítica, sobre como nossa sociedade está vivendo antes e como estamos vivendo agora de tá enfrentando essa dificuldade toda, aprendi a falar, eu era muito tímida, comecei a falar, conversar e me soltar mais em várias coisas”. Ela também contou sobre os direitos de crianças e adolescentes que passou a entender melhor através das atividades do MOC.

 

Agricultora

 

A agricultora Antônia Oliveira Reis, casada com Lourenço Belmiro dos Reis, tem três filhas, Andreia, Fabiana e Maria Alcione e três netos, Samuel, Zacarias Lorenzo. Dona Tonha como é conhecida se considera da comunidade Alto Bonito por ter casado com um filho daquela terra aos 19 anos, e passaram a desenvolver várias atividades agrícolas, como produção de hortaliças com a contribuição da chegada das cisternas de produção, tem o banco de semente comunitário também vindo de projetos do MOC, tem a criação de caprinos e ovinos, mas a produção do mel, hoje em dia é o que predomina entre suas atividades e de sua família, envolvendo também seis famílias da comunidade, e através do processo do mel trataram do quanto é importante preservar o meio ambiente para que as abelhas produzam o mel, isso desde 2001.

 

Antônia contou ainda sobre seu processo de liderança primeiro com a organização da Associação da comunidade, ao qual foi uma sócia fundadora, e que a mais ou menos 15 anos foi convidada para fazer parte da diretoria da agência de crédito Sicoob Coopere e do Sindicato de Trabalhadores/as Rurais de Nova Fátima, atualmente ela é Presidente do Sindicato. “No início achava impossível, mas quando o povo quer, quando Deus quer, nada é impossível”, frisou dona Tonha.

 

Mulher

 

A experiência de Jucineide Santos Santana, 42 anos da comunidade de Alto Alegre, em Serrinha, mãe de três filhos, Ana Júlia 18 anos, João Vitor 14 anos e Cecília Gabriela, 12 anos, que convive com companheiro de Cosme, 49 anos, transpassa a superação de desafios pelo ser mulher, e se concretiza na transformação do pensar, do ser e do agir sem medo de ser mulher.

 

A principal renda da família vem da agricultura familiar, cultiva a mandioca para fazer a farinha, feijão, milho, amendoim e frutas. O sonho da agricultora é fazer um pomar, também cria galinhas, vende a galinha abatida e os ovos. Ela participa ainda das atividades da cooperativa e faz parte do grupo do Movimento Mulheres Trabalhadoras Rurais (MMTR). “É um movimento no qual as mulheres rurais se juntam para ir em busca de mais projetos e benefícios para as melhorias das mulheres, tanto na questão do seu sustento, como no enfrentamento a violência contra as mulheres”, ressaltou Jucineide.

 

 

Adolescente/ Vínculos

 

O garoto Charles Carvalho, 14 anos, cursa o 1º Ano do Ensino Médio Técnico em Administração, mora na comunidade de Tapuio e estuda na sede de Araci, com uma rotina de em média uma hora e meia na estrada, além dos estudos ao qual o garoto é focado, ele ainda dá banca para crianças na sua comunidade, faz aula de violão e recentemente ganhou um curso de informática, como aluno nota 10 na escola. “Eu comecei dá aula as crianças por gosto, e aí os pais acharam legal e começaram a me pagar aí eu aceito(...). Ajudo a responder as atividades, tiro as dúvidas e também trabalho com eles a questão da leitura, todos têm dificuldade de ler”, falou Charles complementando que ama ler e que para ele é um momento de distração.

 

“Com a vinda do MOC para a minha comunidade eu despertei a leitura, não gostava muito, só que depois do Baú de Leitura foi o que me fez interessar mais a ler, isso que me deu mais disposição de ler. O MOC também me ajudou a perder a vergonha de falar, hoje me considero uma pessoa tranquila”, salientou Charles. E sobre a participação nas atividades de Vínculos Solidários, Charles contou que começou bem pequeno e amava fazer as cartinhas, os desenhos e também das oficinas. “Ano passado fui para Feira de Santana participar de uma oficina e lá a gente falou sobre o que o MOC ajudou na comunidade onde eu moro, no que ajudou a mudar, e o que ele vem me ajudando no meu dia a dia”, comentou Charles sobre sua participação no Encontro de Parceiros de 2018 no qual trocou experiências com outros municípios e histórias ali presente.




Texto e Fotos: Robervânia Cunha


Edição: Alan suzart

Comunicação do MOC