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Projeto Mulheres da Águas realiza mais uma jornada formativa com mulheres do Semiárido
27/05/2019
Mulheres
da comunidade de Barbosa, município de Araci, participaram entre os dias 21 e
24 de maio, da atividade formativa do Projeto Mulheres das Águas, desenvolvido pela
ACTIONAID em parceria com o Movimento de Organização Comunitária (MOC) e mais
duas entidades nos estados de Pernambuco e Alagoas sendo financiado pelo Fundo
Socioambiental da Caixa Econômica Federal.
O projeto segue a programação do Segundo Módulo que fortalece iniciativas locais de convivência com o Semiárido e tem o objetivo de realizar a autoanálise e a autodeterminação a partir do olhar e participação das mulheres.
Assim,
as mulheres presentes trouxeram para o debate as rotinas diárias e a
distribuição de responsabilidades entre as mulheres e os homens; bem como as
atividades produtivas em que elas se envolvem, além de aprofundar sobre as
relações coletivas do grupo de mulheres e socializar suas realidades.
Um momento
também importante foi a realização do Diagnóstico Rural Participativo, que
conclui de forma coletiva questões fundamentais do projeto como: quais
tecnologias sociais de captação de água são importantes e adaptáveis à realidade
dessas mulheres; um aprofundamento da gestão de tempo e uso de água, a
construção do Plano Comunitário de Gestão das Águas e a escolha da tecnologia
social adequada a comunidade.
Para
Marilza Cardoso de Matos, moradora da comunidade, o diagnóstico possibilitou o
reconhecimento de inúmeras tarefas que não tinha dimensão que realizava, “eu
descobri que eu faço muita coisa que eu não sabia que fazia e não valorizava e
a partir do diagnóstico eu percebi do quanto eu sou capaz de produzir e também
de ajudar outras pessoas e reconhecer isso”.
O Projeto
propõe ainda pontos de avaliação a partir de problemas recorrentes no Semiárido
que é o direito à água e a dificuldade no acesso, ou falta de acesso à
água de qualidade, bem como se essas mulheres agricultoras possuem espaço nas tomadas de decisões sobre a água (na
propriedade da família, na comunidade ou em espaços políticos de tomada
decisões) e busca estratégias de
solução mediante a diversificação e integração de tecnologias sociais de
captação, armazenamento, tratamento e distribuição de água; a questão da Auto-organização das mulheres, e
estratégias e para inclusão e valorização de suas contribuições e perspectivas sobre a gestão da água em
diversos níveis (comunitário, municipal, estadual, nacional e internacional).
Adla da Mata, técnica do MOC,
ressaltou sobre a experiência da formação destacando de forma positiva a
participação das mulheres e inteirou sobre os desafios. “Em meio a todos os conflitos
que os movimentos sociais e principalmente os movimentos de mulheres estão
passando diante do contexto e cenário atual, foi desafiador, porém muito
significativo destacando a diversidade dos trabalhos das mulheres e mostrando também
a importância das tecnologias sociais como fonte de integração e inclusão e
para fortalecer seus direitos”, conclui.
A participação das mulheres nos
espaços formativos tem contribuído para o fortalecimento e protagonismo de inúmeras mulheres que buscam
e lutam no seu dia a dia por um Semiárido justo e participativo.
Texto: Kívia Carneiro
Comunicação MOC