Governo da Bahia assina novos convênios para construção de cisternas no semiárido

29/06/2010

Mais 94 mil pessoas em 110 municípios localizados no semiárido baiano terão acesso à água com a assinatura de dez novos convênios do Projeto Água e Cidadania - Programa Água Para Todos.

Cerca de 20 mil cisternas serão construídas, por meio do convênio do Governo do Estado com o Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), celebrado nesta segunda-feira (28) no Hotel Fiesta, em Salvador. No total, serão 18.720 cisternas destinadas ao consumo humano e 1.230 para a produção agrícola.

Para continuar fortalecendo o modelo de desenvolvimento baseado na convivência com o semiárido, assinaram os convênios as seguintes entidades: Associação Regional de Convivência Apropriada a Seca (Arcas); Centro de Assessoria do Assuruá (CAA); Cáritas Diocesana de Ruy Barbosa; Associação Divina Providência de Amparo Social e Cristão; Movimento de Organização Comunitária (MOC); Associação das Donas de Casa da Bahia (ADCB); Associação de Assistência Técnica e Assessoria aos Trabalhadores Rurais e Movimentos Populares (Cactus); Centro de Agroecologia no Semiárido (Casa); Centro de Convivência e Desenvolvimento Agroecologico do Sudoeste da Bahia (Cedasb); Cooperativa de Assistência Técnica à Agricultura Familiar Sustentável de Piemonte (Cofaspi); Rede de Organização em Defesa das Águas (Roda); e Sociedade das Ações Educativas, Sociais e Tecnológicas (Saet).

Segundo a secretária estadual de Desenvolvimento Social e Combate à Pobreza, Arany Santana, as cisternas para consumo humano têm capacidade para armazenar 16 mil litros de água captados diretamente do telhado das casas. Já as de produção, com capacidade para 50 mil litros de água captados da enxurrada, permitem o cultivo de horta, a dessedentação emergencial de pequenos animais e a irrigação de salvação de fruteiras.  Durante os meses de estiagem, o equipamento garante o abastecimento humano, permitindo que a população tenha acesso à água para beber, cozinhar e para higiene.

Naidison Baptista, Secretário Executivo do Movimento de Organização Comunitária (MOC) e integrante da coordenação executiva da Articulação do Semiárido Brasileiro (Asa Brasil), afirma que a assinatura do convênio configurou-se como um momento muito emocionante, traduzido em perspectivas de soluções para as questões do semiárido e também o apoio do governo em implementar políticas públicas junto à sociedade civil. Marcou a capacidade de mobilização da ASA e a força do trabalho desenvolvido. “Vai permitir dar continuidade às ações de convivência com o semiárido e contribuir para a melhoria de vida de milhares de agricultores e agricultoras familiares", completou.

Vida nova depois da cisterna - A família da agricultora Rosimeire Anunciação de Oliveira, moradora da comunidade de Boa Vista da Aroeira, município de Conceição do Coité, conhece bem a importância da cisterna. Segundo Rosimeire, sua família já passou muito sacrifício devido a escassez da água. “A dificuldade era muito grande, eu saía para a represa cedinho para pegar a água de beber, mas quando eu chegava lá, já tinha animal dentro, mas, não tinha jeito, era a única opção e por mais que tratasse não ficava de qualidade, porque não tínhamos nenhuma orientação”, afirma.

Depois que a cisterna chegou à casa de Rosimeire toda a história de sofrimento virou passado. “Depois da cisterna e dos cursos de como manter a água com qualidade, a alimentação é outra e a água de beber então nem se fala”, completa Rosimeire.

O tamanho da felicidade pode ser visto quando ela mostra a plantação no quintal. Árvores frutíferas e hortaliças não faltam mais. “Já tive tomate aqui de comer e distribuir com os vizinhos”, conta sorridente, e afirma que a água da represa agora é só para molhar as plantas, a da cisterna de consumo é para beber e cozinhar.

Com a implementação das cisternas, serão aplicadas capacitações em três níveis: com os beneficiários, para compreenderem a importância do cuidado com a água da cisterna e com o manejo, com os pedreiros responsáveis pela execução das obras e, por fim, com os agentes comunitários de saúde, que farão uma ação pioneira de acompanhar do ponto de vista da saúde e higiene as famílias beneficiadas.

Parceria contínua - No total, desde o início deste governo, já foram construídas, em parceria com o governo federal e sociedade civil, 65 mil cisternas no semiárido baiano. “Essa ação significa a continuidade de um trabalho que já estamos fazendo há mais de três anos, em parceria com o governo federal. A cisterna é uma dádiva para quem mora no semiárido. Ter água para preparar suas refeições e cuidar da higiene é muito importante para essa população. O que pode parecer pouco para nós que somos da capital é muito para o semiárido”, declarou o governador Jaques Wagner.

O Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome já implantou 294 mil cisternas em 11 estados. O secretário executivo do MDS, Onaur Ruano, ressaltou que a Bahia é o estado com maior eficiência na execução do programa de construção de cisternas do ministério. A ação, que faz parte do programa Fome Zero, estimula por meio das cisternas a produção, a circulação e o consumo de alimentos, oferecendo mais segurança alimentar à população do semiárido.

 


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