MOC recebe visita do ICEP

18/06/2010

O projeto CAT, assim como Baú de Leitura, vem contribuindo para melhorar a realidade de meninos e meninas do campo, através da educação contextualizada, com uma metodologia que parte do princípio da valorização dos sujeitos, sua identidade e explorando a capacidade de formar pessoas críticas e com potencial de intervenção e transformação da realidade onde estão inseridos.

Acreditando nessa possibilidade de mudança, o MOC tem contribuído, juntamente com professores, coordenadores e gestores públicos para a construção dessa perspectiva de educação juntamente com alguns parceiros como o Instituto de Cooperação e Pesquisa da Áustria (ICEP). Para contribuir com o processo avaliativo foi convidada a Profª Maria do Socorro Silva, da Universidade Federal da Paraíba.

Juntamente com a professora, gestores públicos, coordenadores do CAT e Baú de Leitura e professores, pais e alunos foi construída a avaliação. Para Maria da Conceição Oliveira, coordenadora do CAT no município de Riachão do Jacuípe, a maior importância dessas ações é a valorização do homem do campo. “Antes a gente educava o aluno para sair para outras cidades, e aí depois dos projetos de educação do campo a gente vem valorizando o homem na sua própria identidade, é um processo que a gente sabe que não é da noite para o dia, e a gente vê várias ações, já percebe isso na mudança do próprio aluno na comunidade”.

Ela também fala sobre os impactos dessa ação. “O maior impacto que a gente identifica é a questão do aluno, aquele aluno que era pacato hoje eles já falam, identificam e valorizam o seu meio em que vivem. A questão da sociedade civil já está dentro da escola, também discutindo processos. A questão da família, antes eles não participaram da escola e hoje nós já temos a presença da família, que além de acompanhar o seu filho ela também ajuda no processo. Outra coisa interessante é a questão do educador, hoje ele tem consciência que não ensina só, ele tanto ensina quanto aprende”.

Secretário Municipal de Educação em Pintadas, Carlos Alberto da Silva Almeida, afirma que desde 2008 com as ações do projeto os diversos setores do município estão conseguindo se articular em torno da educação do campo. “Nós percebemos que a ação do projeto no município de Pintadas consegue articular várias ações e setores no município, coordenadores, diretores e também consegue alcançar seguimentos como o Conselho Municipal de Educação, o Conselho de Alimentação Escolar, são representações que conseguem demonstrar para nós do município que é possível a sociedade participar. A metodologia do CAT através das fichas pedagógicas é muito importante para isso, uma vez que trabalha o tempo todo com a professora, responsável pelas ações pedagógicas e que tenta envolver as pessoas daquela comunidade, a escola sentia falta do envolvimento dos pais”.

A presença dos pais no espaço escolar reforça a idéia de que o conhecimento pode ser construído de forma coletiva através da interação dos sujeitos. Os pais aprovam essa forma de aprender e ensinar. “É o primeiro ano da minha filha, aqui está sendo ótimo, ela está adquirindo conhecimento, e até mesmo o cuidado e incentivo às leituras, correção dos deveres, principalmente através do CAT para mim está sendo ótimo, o trabalho social sobre a criança e a comunidade, festas culturais, então é um levantamento que faz da família e da criança desde que ela nasceu”. Ressalta Elenilda Carneiro, mãe de Ana, aluna da alfabetização.

A Profª Maria do Socorro Silva, avaliou as visitas como muito proveitosas. “Meu papel aqui é de fazer a avaliação do Projeto ICEP, acredito que o dia de hoje aqui foi muito proveitoso porque tivemos a oportunidade de ouvir as falas dos diferentes sujeitos. As ações que estão sendo desenvolvidas, as potencialidades do projeto, o impacto que isso vem causando nas crianças, escolas, professores, nas políticas dos municípios. Identifico também os desafios, como é que uma proposta como essa pode ser efetivada como política de educação nos municípios, ser universalizada e como ela pode contribuir para fortalecer a educação do campo na região, são questões que os sujeitos envolvidos nesse processo devem refletir mais profundamente”, analisa Maria do Socorro Silva. 

 


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