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O território do Sisal, ao longo dos anos, ficou conhecido pela mobilização dos movimentos sociais em torno da comunicação. Foi neste território que o Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (PETI), apoiado pelo movimento de radiodifusão comunitária, ganhou força e contribuiu para mudar a vida de milhares de crianças e adolescentes, como a do Jovem Bruno de Jesus Santiago e Laudécio Silva, moradores da comunidade de Lagoa Grande, no município de Retirolândia.

O que eles tem em comum além de pertencerem a mesma comunidade? Assim como outros 18 jovens, Bruno e Laudécio são jovens comunicadores do projeto Comunicação Pelos Direitos na Região Sisaleira, desenvolvido pelo Movimento de Organização Comunitária (MOC) com o patrocínio do Programa Desenvolvimento e Cidadania Petrobras.

Entre as ações do projeto, em dez escolas dos municípios de Araci, Conceição do Coité, Ichu, Nordestina, Retirolândia, São Domingos,  Serrinha,  Valente, Queimadas e Quijingue foram instaladas uma rádio-poste que permite às comunidades rurais onde está a escola, ouvir e acompanhar a produção dos alunos em sala de aula.

O envolvimento dos jovens – Os jovens comunicadores estão desenvolvendo um papel fundamental para o bom desempenho das ações. Conhecidos também como “articuladores dos direitos”, eles e elas são responsáveis por acompanhar os atores que integram o Sistema de Garantia dos Direitos e de ajudar na divulgação dos direitos e deveres da criança e do adolescente.

Estudante do Curso de Comunicação da Universidade do Estado da Bahia (UNEB Campus XIV, em Conceição do Coité) Laudécio Silva conta como o projeto está enriquecendo os seus estudos. “As oficinas do projeto tem me ajudado a colocar em prática o conhecimento adquirido também na universidade. Estou me desenvolvendo mais, me enriquecendo com as discussões sobre os direitos da criança e do adolescente e sobretudo, estou aprendendo a fazer uma comunicação diferenciada”.

Com 20 anos de idade, o parceiro de Laudécio na rádio-poste, Bruno de Jesus Santiago, desde a infância trabalhou nas plantações de sisal para ajudar a família. A história de Bruno se assemelha com a de tantos outros que um dia pensaram em desistir dos estudos e apenas trabalhar. Mas, com o apoio da mãe, ele venceu as dificuldades e o cansaço e atribui aos estudos a participação no projeto. “Sempre estudei pela manhã e trabalhava a tarde. As vezes pensava em desistir, mas minha mãe dizia que queria algo melhor para mim. Hoje conclui meus estudos e foi por causa dele que fui selecionado para o projeto. Estou adorando o comunicação pelos direitos, ganho por mês R$ 180. Este é o primeiro dinheiro que ganho pelos meus esforços no estudo e hoje eu vejo que valeu a pena”.

Para saber mais informações sobre o projeto acesse www.comunicacaopelosdireitos.org.br