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AUTONOMIA DAS MULHERES FOI TEMA DE OFICINA REGIONAL
12/12/2018
O
Movimento de Organização Comunitária (MOC) através do Programa de Gênero (PGEN)
realizou na terça-feira (11) de dezembro, no município de Conceição do Coité,
uma Oficina Territorial sobre Gestão das Organizações de mulheres e
participação social, com o tema “Autonomia
e Empoderamento das Mulheres e sua Atuação nas Organizações Sociais”, com
mediação da técnica Ádila da Mata e contando com a presença de mulheres que
fazem parte de redes/comitês/coletivos, dos municípios de atuação do Projeto
Parceiros/as Por um Sertão Justo, que tem a parceria da Actionaid, assim como outros municípios.
A
oficina foi em volta de reflexão sobre a autonomia e a auto-organização das
mulheres, as relações sociais de gênero no processo de gestão das organizações
de modo que contribua para o fortalecimento e participação ativa, na
promoção e controle social das políticas públicas para garantia dos seus
direitos, seguindo assim por compreender melhor o contexto histórico das relações
de gênero nas organizações sociais e os impactos na construção da autonomia das
mulheres, dialogando ainda a respeito do processo de empoderamento das mulheres,
avanços e desafios na gestão das organizações e incidência política para
garantia de direitos, além de pensar na construção de caminhos de
fortalecimento da autonomia das mulheres e de seu empoderamento para
enfrentamento e superação das desigualdades sociais dentro das organizações de
mulheres e mistas.
Nesse
sentindo, a atividade envolveu músicas, dinâmicas, trocas de conhecimentos e experiências,
muitos risos e alegrias, tendo inicio após as interações e apresentações das participantes, com uma indagação, “Minha autonomia começam quando?”. Brotando
diversos relatos impactantes nesse processo de conquistar espaços e direitos,
além de enfrentar vários tipos de violências, em uma sociedade culturalmente
desigual, machista e patriarcado.
Em
seguinte ocorreu ainda um carrossel, sobre autonomia pessoal, financeira e sociopolítica,
no qual três grupos puderam discutir e fazer colocações a partir de suas vivências
nesses contextos, depois apresentaram e debateram com toda plenária sobre essas
formas de autonomia. “A minha autonomia começou quando comecei a participar
desses movimentos, quando descobrir que juntas somos mais fortes”, expressou Maria
José Borges.
Esse
momento puxou bastantes participações e falas admiráveis no processo de autonomia,
mas principalmente do incentivo que os coletivos e redes de mulheres proporcionam
na vida de muitas mulheres, que conquistam a liberdade, quando passam a
entender que elas são dona de si, das suas escolhas e vontades. “Nessa perspectiva
que nós mulheres termos a responsabilidade de nos apoiar, de uma proteger a
outra, tá sempre disponível para apoiar a outra, porque quando nós mulheres nos
organizamos, nos colocamos na perspectiva de ter sororidade umas com as outras, quando a gente pensa na perspectiva da empatia feminina, a gente consegue
o fortalecimento dessa luta que parece que é um movimento repetitivo, mas que
leva a espaço importante como esse, que nos ajuda ainda a ter autonomia para decidir até que ponto queremos um companheiro
ou não, sobre o que queremos ou não (...). A palavra de ordem é sororidade (cuidar umas dos outras)”, desbravou Carina Santos.
“Sororidade
é a união e aliança entre mulheres, baseado na empatia e companheirismo, em
busca de alcançar objetivos em comum. O conceito da sororidade está fortemente
presente no feminismo, sendo definido como um aspecto de dimensão ética, política
e prática deste movimento de igualdade entre os gêneros”.
Partindo
dessa discussão, Ádila da Mata explanou sobre definições e contextos teóricos
sobre autonomia (independência, liberdade ou autossuficiência.) e empoderamento
(refere ao ato de dar ou conceder poder para si próprio ou para outrem.),
principalmente, como estratégia de enfrentamento a violência contras as mulheres,
citando os caminhos para as conquistas das mulheres nessa expectativa, como mulheres
organizadas, empreender ações, afirmações economia, liberdade, feminismo, entre
outros.
Discussões
a proposito do patriarcado também fez parte da oficina, pois esse ofusca muitas
conquistas e causa grandes transtornos para mulheres em todos os setores da
vida. Vale ressaltar que patriarcado “é um sistema social em que homens adultos
mantêm o poder primário e predominam em funções de liderança política,
autoridade moral, privilégio social e controle das propriedades, no domínio da
família, o pai (ou figura paterna) mantém a autoridade sobre as mulheres e as
crianças”.
Um
período chave do dia foi apresentações teatrais sobre desigualdade de gênero (não
autonomia) e superação (conquistas de espaços) nas organizações por onde elas atuam.
Puxando mais debates e finalizando logo em seguida com avaliação do dia, com o: que bom, que pena e que tal, resumido em “queremos mais espaços como esse, nos
fortalecem, pena que acaba tão rápido, precisamos de mais e mais momento assim, recarregou nossas energias”, fechando com uma grande ciranda que diz “Essa
ciranda não é minha só, ela é de todas nós”.
Por: Robervânia Cunha
Programa de Comunicação do MOC