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Debate sobre Educação do Campo e lançamento de publicações aconteceram na UEFS em Feira de Santana
19/09/2018
MOC_PorumSertaoJusto
“Não
vou sair do campo, pra poder ir pra escola, Educação do Campo é Direito e não Esmola”.
Para afirma e reafirmar o que esse canto transmite, com a certeza de que como
diz Paulo Freire: “Educação
não transforma o mundo, Educação muda às pessoas, pessoas transformam o mundo”,
que aconteceu na manhã dessa quarta-feira (19) de setembro, na Universidade
Estadual de Feira de Santana (UEFS), no município de Feira de Santana, o
Seminário de Educação do Campo no Semiárido Baiano e da Base Nacional Comum
Curricular (BNCC): Desafios e Perspectivas, realizado através do Movimento de
Organização Comunitária (MOC), UEFES e com o apoio do ICEP, KINDER, OMICRON,
como ainda as parcerias dos Movimentos Sindicais e Secretarias Municipais de
Educação.
E
foi assim entre som, voz e cantoria que se deu inicio ao Seminário, que seguiu
com uma mesa de saudação com representação de figuras/instituições importantes
no processo de fortalecimento das ações da Educação do Campo de qualidade e
contextualizada, como da Base Curricular de Educação, a exemplo da UEFS, MOC,
secretárias municipais e sociedade civil. “Vocês estão aqui porque acreditam em
um projeto que não é em benefício próprio, é um projeto em benefícios daqueles
que estão vindo e estão por vim, essa deve ser a constância para aquele que
exerce ou vai exercer a responsabilidade do ensino, do conhecimento, que não é
propriedade de doutores nem de grupos, mas que é do povo, que realmente com seus
trabalhos, com seus ideais dar sentido a isso que nós fazemos”, ressaltou o
professor José Jeronimo (Presidente do MOC).
E
para embasar mais a temática do Seminário, que chamou a atenção de plateia de
professores da universidade e da educação do campo dos municípios que trabalha
com o CAT, estudantes e demais presenças, caminhou-se com o debate e muita
reflexão com a corroboração da Professora Celi Taffarel (UFBA), Professora
Nacelice Freitas (UEFS) e Vera Carneiro (MOC) na mediação. “A Educação do Campo
no Semiárido Baiano e a BNCC: Desafios e Perspectivas, porque nós chamamos para
debater, o MOC, a Universidade, sobre a proposta que vem de cima para baixo, da Base Nacional Curricular Comum e qual relação isso tem com a Educação do Campo.
É que precisamos verificar como esse processo está sendo construído, e pela
proposta que se tem, e vai ser praticamente aniquilada a Educação do Campo
Contextualizada, se nós não soubemos fazer esse debate, inserir nos municípios
e resistir a essa proposta”, explicou Vera Carneiro.
Para
expor suas ideias e seus estudos diante desse cenário, Celi Taffarel percorreu sobre
a raiz da questão, que se remente ao modo de produção da vida, o Estado e formas
de Organização da Política da Educação, relacionando com as atuais ameaças que
predominam sobre a Educação do país, sobretudo a Educação do Campo, com cortes políticas
públicas e congelamento de gastos com a educação. “Falar em educação do campo,
significa caminhar com o fio da Navalha, porque não tem educação do campo sem
reforma agrária, sem agroecologia e sem movimentos de lutas social do campo. Eu
quero levantar preposições superadas, prestes ao que estamos constatando e
explicando cientificamente, mas quero colocar estas preposições levando em
conta esse momento histórico”, destacou Taffarel.
A
professora Nacelice Freitas fez uma explanação traçando contextos e definições
territoriais do Semiárido, com enfoque do tripé do Conhecer Analisar e
Transformar (CAT) a Realidade do Homem e da Mulher Campo para o Desenvolvimento
Sustentável, como método fundamental para se pensar e ensinar à Educação do
Campo no Semiárido. “Discutir a Educação do Campo em um contexto territorial
como esse é fundamental para nós buscarmos transformar e reverter essa situação”,
frisou Freitas.
“Para
nós aqui do projeto de extensão da Universidade Estadual de Feira de Santana,
do projeto CAT, que é um programa de Educação do Campo dentro da universidade e
é uma alegria está construindo esse momento, esse Seminário, aqui em um momento
tão difícil da nossa conjuntura política nacional, no momento de agendas de
retrocessos, com cortes de verbas para educação, e em diversas áreas sociais e
principalmente na educação do campo, que teve quase 90% do seu orçamento
cortado com essa situação temerosa que vivemos no nosso país”, enfatizou Vera
Carneiro.
Na
oportunidade, foram lançados materiais didáticos produzidos pelo MOC através do
projeto CAT e Baú de Leitura, executado pelo Programa de Educação do Campo
Contextualizada (PECONTE/MOC) para contribuir imensamente com esse contexto de
uma educação de qualidade e viável dentro perspectiva da convivência com o
Semiárido. Assim foram disseminados, a Cartilha: Contribuições para a
Construção e Planejamento de Orçamentos Municipais para Educação do Campo
Contextualizada. E ainda o Livrinho de História: Contando História: Construindo
Cidadania: A História da Comunidade do Distrito de Ipuaçu em Feira de Santana.
Vale lembrar, que esse Seminário ocorreu em dia oportuno de fortalecer a luta pela Educação, pois completa 97 anos (19 de setembro de 1921), do nascimento do educador pernambucano Paulo Freire. Celebrando ainda neste ano os 50 anos do livro Pedagogia do Oprimido, obra que direciona o sistema de ensino até os dias atuais e como defensor da Educação Brasileira, Paulo Freire parte do princípio da humanização do ensino e do reconhecimento da história e da cultura do aluno que, junto com o professor, vai construindo o processo de aprendizagem. Então como diz a canção de Hiolanny Viola: “O Sertão é minha casa, meu orgulho, terra querida”. E essa educação é a luz para as mudanças necessárias de uma vida justa e digna esse Sertão.
Por: Robervânia Cunha
Foto: Alan Suzart
Programa de Comunicação do MOC