A 6ª Feira da Agricultura Familiar e Economia Solidária de Retirolândia foi um sucesso de encantos e lindezas

17/09/2018
A 6ª Feira da Agricultura Familiar e Economia Solidária de Retirolândia foi um sucesso de encantos e lindezas

Mais um ano de sucesso na realização da Feira da Agricultura Familiar e Economia Solidária de Retirolândia (FEAFES), somando a sua 6ª edição de muita persistência e insistência de mostrar a força do homem e da mulher do campo, conquistando espaços para valorização e comercialização de uma produção diferenciada embasada na agroecologia e na economia solidária e justa. A Feira aconteceu nos dias 14, 15 e 16 de setembro, e estava com uma programação recheada de cores, sabores, saberes e fazeres do povo, como apresentações culturais, com grupos de sambas, também o show de Fofinho e Silva, além de muita diversidade de produtos expostos e comercializados, levando a novidade da exposição e leilão de animais.

 

E em meio a tantas coisas boas nessa Feira, espaços partilhar de conhecimentos e experiências sobre diferentes contextos, como as Oficinas temáticas, de: Gravidez na Adolescência, Sementes crioulas, Desigualdade de Gênero e Divisão Justa do Trabalho Doméstico, Manejo de Aves, Segurança Alimentar e Nutricional e muitas outras.

 

A FEAFES foi realizada pelo Sindicato dos Trabalhadores/as Rurais (SINTRAF), Movimento de Organização Comunitária (MOC), Movimento de Mulheres Trabalhadoras Rurais (MMTR), Fundação APAEB e prefeitura municipal através das Secretarias de Agricultura e Assistência Social, contando ainda com diversos apoios, que contribuíram para o reconhecimento e o fortalecimento da Agricultura Familiar e Economia Solidária.

 

Algumas das Oficinas contou com colaboração da MOC na sua realização, como:

 

Oficina sobre Relações de Gênero e Gravidez na Adolescência, que foi facilitada pelas técnicas Ádila da Mata e Cleonice Oliveira.

 

A atividade entre dinâmicas e prosas envolveu jovens no entendimento melhor sobre o tema, refletiu sobre conceitos atribuídos pela sociedade a respeito de Adolescência, Sexualidade e Gravidez, desmitificando ainda sobre relações de gênero, questionando as diferenças entre o ser mulher e o ser homem na sociedade.

 

Assim, as discussões permitiram compreender mais sobre os mitos e verdades referente ao masculino e feminino, bem como elencou pontos de superação das desigualdades sociais indicando caminhos que garantam direitos sexuais e reprodutivos das mulheres, com respeito e igualdade de gênero.

 

Sementes crioulas, da terra, da gente, da resistência, da paixão, são essas e muitas outras formas de caracterizar as sementes do povo, naturais, livres de veneno e de qualquer modificação, aquelas que vêm de heranças de gerações para garantir diversidade e multiplicação, sem deixar de falar na sua fertilidade na terra. Oficina que contou com a facilitação de Ana Dalva Santana (coordenadora do Programa de Água, Produção de Alimentos e Agroecologia-PAPAA/MOC).

A atividade caminhou entre dados, imagens e explanações sobre as perdas das sementes crioulas, em função do grande capitalismo, que visa o lucro e a monocultura para autos índices de desenvolvimentos econômicos concentrados para o agronegócio, abrindo espaços cada vez maiores no Brasil para o aumento do uso de agrotóxicos, da modificação das sementes crioulas, no se conhece como transgênicos, ou seja, levando cada vez mais veneno para a mesa do povo.

Por isso, entender e aprofundar saberes sobre esse contexto torna-se muito necessário para que se faça cotidianamente nas bases, o enfrentamento de barrar com projetos que vão à contramão da garantia de direitos, autonomia e liberdade do povo, principalmente do homem e da mulher do campo, que produz e caminha nos princípios da agroecologia, provendo alimentação saudável, desenvolvimento sustentável e sendo guardião e guardiã das sementes Crioulas.

 

Outra oficina foi sobre Desigualdade de Gênero e Divisão Justa do Trabalho Doméstico, que instigou a reflexão sobre as relações de gênero, os papéis atribuídos a homens e mulheres na sociedade e as desigualdades relacionadas e culturalmente ensinadas, a atividade foi conduzida por Cátia Almeida.

E entre dinâmicas, músicas e roda de prosas as integrantes do Movimento de Mulheres Trabalhadoras Rurais (MMTR) colocaram como é difícil desmistificar esse contexto, principalmente no que diz respeito a divisão justa do trabalho doméstico e reconhecimento e valorização das mulheres em todos os espaços da sociedade, com igualdade e equidade nos direitos e nas conquistas, jovens participantes da atividade também contribuíram com as discussões.

Por isso, a oficina proporcionou pensar sobre estratégias para construção de uma sociedade mais justa, para assim, superar as desigualdades de gênero e enfrentar as violências contra as mulheres.