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Campanha “O PROBLEMA TAMBÉM É MEU. Não a Violência Contra Mulheres” foi lançada no Território do Sisal
17/11/2017
#MOC_PorumSertaoJusto
“Entrei na luta da
luta eu não fujo, pelo direito da luta eu não fujo, pela igualdade da luta eu
não fujo, pra construir uma nova sociedade”. É no embalo dessa canção que a
luta para garantir a vida íntegra das mulheres se intensifica e nesse dia 16 de
novembro foi lançada no Território do Sisal, mais precisamente no município de Conceição
do Coité, a campanha “O PROBLEMA TAMBÉM É MEU. Não a Violência Contra Mulheres”,
na busca por mais justiça, igualdade, autonomia e liberdade, extinguindo todas
as formas de violência, seja ela física, psicológica, moral ou qualquer outra.
A campanha é uma
iniciativa do Movimento de Organização Comunitária – MOC, que já trabalha há
alguns anos com ações e campanhas pelo enfrentamento à violência de gênero,
contando com o apoio financeiro da instituição internacional Actionaid e nessa
edição com parcerias como Comitê de Mulheres do Território do Sisal, além de
diversas entidades e movimentos sociais dos Territórios do Sisal e Bacia do
Jacuípe, seguindo atrelada a campanha dos 16 dias de ativismo.
Diante de um público
que constrói junto essa campanha, vindo de muitos municípios do Território do Sisal, como lideranças das organizações de mulheres, agricultoras, gestoras públicas,
profissionais dos CRAS/CREAS, estudantes, homens e jovens das organizações e
comunidades de base, que o dia começou com a contextualização e o percurso desse
movimento em defesa de mulheres que sofrem com uma sociedade machista e que roubam
liberdades, sonhos e tiram vidas de milhares de mulheres diariamente.
Para refletir as demandas
de violação aos direitos das mulheres, como também combater as violências sofridas
por elas diariamente, que surge essa necessidade de se pensar nessa campanha,
assim Selma Glória (Coordenadora do Programa de Gênero – PGEN do MOC) relatou
um pouco como foi pensada, assim como o seu objetivo, que é procurar contribuir
para desnaturalização da violência de gênero e dar visibilidade as diversas
formas de violação dos direitos das mulheres, de modo que promova o seu acesso
aos mecanismos de prevenção e enfrentamento a violência.
“O tema dessa
campanha, como também a marca foi construída de forma coletiva, a gente entendeu
a importância do Território do Sisal, Bacia do Jacuípe, como também o Portal do
Sertão para que sejam protagonistas desse processo”, destacou Selma que
ainda completou sobre a importância de
levar essa campanha a nível territorial com organizações que trabalha com assistência
técnica, com economia solidária, com sindicalismo que atuam em sua maioria com mulheres,
nada mais justo que assumir nesse amplo coletivo, essa luta.
A mesa de saudação
contou com presença de Representantes das organizações parceiras e gestores
públicos e lideranças presentes. Perpetua Sampaio (Secretária de Educação,
Esporte de C. de Coité) Urbano Carvalho (Presidente do SINTRAF - Coité e Coordenador da FATRES), Maria Luzia Santana
Presidente Centro de
Referência da Mulher Professora Donga Conceição do Coité e Creusa Juriti
representante da Rede de Mulheres Negras Dandaras do Sisal e Selma Glória representando o MOC.
Outra mesa foi formada
com o tema: Avanços e desafios na efetividade da Lei Maria da Penha, tendo as convidadas especiais a Deputada Neuza Cadore, Lindinalva de Paula da Rede de
Mulheres Negas da Bahia e Gilvania Carneiro do Centro de Referencia de C. do
Coité, com mediação da suplente de vereador/a Elaine Assunção.
Neusa Cadore relata
sobre a cultura machista que estrupa e mata mulheres a cada minuto no país,
assim como lembrou sobre a Lei Maria da Penha, que já uma conquista para o enfrentamento
a essa cultura que na maioria das vezes parte de alguém que deveria proteger. “É
uma luta que tem que ser da sociedade, de homens e mulheres. Essa violência é
um problema de todas as classes sociais”, frisou a deputada.
“A mulher negra sofre violência
por todas as partes, há todo momento”, expressou Lindinalva que ressaltou na
sua fala a violência em maior esfera, que são sofridas por mulheres negras. Sendo
preciso desconstruir aquilo que achamos que é correto no nosso pensamento, pois
o que pode ser bom para uma pode não ser para outra, isso também acontece na
cultura do dizer que toda mulher precisa ter a tradição de casar, isso pode não
servir para todas.
Gilvânia Carneiro
trouxe um pouco da vivência da experiência do Centro de Referência, reforçando
a ideia que as mulheres precisam conhecer esse espaço e divulgar a existência dele,
pois com união das mulheres que se enfrenta essa causa. “Mesmo andando devagar
ou não, nós temos um centro, um lugar de atender a mulher em situação de violência”,
relembra Gilvânia.
No período da tarde
aconteceu algumas partilhas de agendas e atividades que a serão realizadas ao
longo dos próximos dias pelos municípios com a campanha “O PROBLEMA TAMBÉM É
MEU. Não a Violência Contra Mulheres”, junto ao com a campanha dos 16 dias de Ativismo pelo Fim da
Violência nos municípios, afirmando a importância de usar estratégias de
comunicação para dar visibilidade a esse processo.
“Esse problema também
é meu, é seu, é nosso! Toda sociedade é responsável por dar um basta na
violência de gênero”. Abrace essa causa hoje e sempre!
Texto: Robervania Cunha
Foto: Kivia Carneiro
Programa de Comunicação do MOC