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Comunicação e Resistência – Por uma multiplicação criativa no Semiárido foi tema do encontro Regional de Comunicação da ASA
14/11/2017
MOC_PorumSertaoJusto
“Sejam bem-vindos
olêlê, sejam bem vindo olálá! Paz e bem pra você que veio participar”. Cantos e
encantos de animação, leveza e proeza, como trocas de saberes e fazeres, de
experiências e vivências de lutas e
conquistas, tomou conta do final de semana entre 09 e 12 de novembro, com o
Encontro Regional de Comunicação da Articulação Semiárido Brasileiro – ASA com
os estados de Minas Gerais, Sergipe e Bahia, que teve como tema “Comunicação e
Resistência – Por uma multiplicação criativa no Semiárido”. Ocorrido no espaço do
Convento São Francisco, no Pelourinho de Salvador/BA, lugar onde existe e resiste
histórias, memorias e identidade de raízes e povos.
Encontrar, reencontrar,
articular, fortalecer, inovar, esperançar, resistir, insistir, ocupar para assim,
transformar, empoderar sujeitos e transformar vidas com garantia de direitos,
dignidade, autonomia, liberdade, diversidade de escolha e possibilidade tendo a
comunicação popular como estratégia que possibilita a Convivência com o
Semiárido. Essa foi à linha traçada e caminhada para construir esse momento,
seguindo objetivos como: fortalecer a Rede de Comunicadores/as Populares da
ASA; estimular os sentimentos de pertença ao Semiárido; contribuir para que
essa comunicação seja utilizada em defesa de homens e mulheres do campo,
principalmente diante da atual conjuntura; assim como animar as instalações da
ASA em defesa da comunicação como direito; sistematizar, em uma publicação, os
trabalhos da comunicação no Semiárido dos estados e da ASACOM, incluindo os
processos de resistência.
A leveza, animação e
objetividade da Jornalista Ana Célia Floriano conduziu esses três dias de
encontro. Além de contar com participação de comunicadores/as, agricultores/a,
representantes de Conselhos Executivos da ASA dos estados, Educomunicadores/,
comunidade indígena, entre outras ricas presenças somando e construindo conhecimentos
com as partilhas feitas nesses dias. A comunicadora do Movimento de Organização
Comunitária – MOC, Robervania Cunha representou a entidade pelo Programa de
Comunicação (PCOM) e destaca a essência de trabalhar com uma comunicação que se
faz por muitas mãos e vozes, além do compromisso de disseminar ações pelo
Semiárido enquanto Rede. “Uma gratidão
enorme por vivenciar esse momento rico de aprendizado, pois ser semente na disseminação
desse olhar de bem querer sobre o Semiárido, nós revigora”, expressou a comunicadora.
Os estados levaram,
por meio de instalações, um pouquinho do que caracteriza de suas histórias e ações
enquanto Semiárido, mostrando no cenário, em objetos e relatos sua trajetória,
lutas, desafios e conquistas na construção da Rede de Comunicação, como também
na sua articulação enquanto Rede. Após esse mergulho em diferentes fontes, mas
que trilha esse mesmo desejo de comunicar como direito de qualquer sujeito, os
horizontes foram ampliados a partir de diferentes vozes do conjunto. Reflexão
sobre atual conjuntura foi ainda algo em destaque desse encontro, na busca de persistir
e dizer não aos retrocessos diante das conquistas de um Semiárido sem nenhum
direito à menos.
Em um espaço de mais
trocas de experiências, a Bahia levou o “Carrapicho Virtual”, boletim
eletrônico que trabalha com processo de educomunicação dentro de uma comunidade
no município de Juazeiro, fazendo através dessa ferramenta a comunicação local
pelo povo. Minas relatou o trajeto para constituir e fortalecer a Rede ASA
Minas, como as conquista e desafios dos vagões que compõe esse trem mineiro. E
o Sergipe contou a experiência do projeto “PREDRACOECO”, que trata da relação da
pedagogia e agroecologia com as estratégias de comunicação. Ambas as experiências,
destacam o protagonismo do sujeito, comunicação como direito, como a importância
de ser feita por todos/as e não apenas por comunicadores/as como maneiras de
fortalecer e valorizar os horizontes da Convivência com o Semiárido por meio
dessa Comunicação Popular.
O encontro ainda foi
recheado de místicas, dinâmicas, oficinas, percepção de aprendizado, avaliação e encaminhamentos
para o retorno das regiões e estados. Sem
esquecer a belíssima noite de confraternização com poesia, músicas e causos no “Sarau do
Semiárido no Pelourinho” que também marcou esse encontro. Encerrando no domingo
com abraços e uma certeza enorme que essa caminhada da comunicação popular como
direitos está firme na resiliência, resistência e esperança mesmo no atual
momento que se vive. “Só se constrói um outro Semiárido com Comunicação Popular”,
Juliano Vilas Boas.
Texto: Robervania Cunha - PCOM/MOC
Fotos: Agnaldo Rocha - ASA Bahia