MOC 50 Anos: Reinventando um Brasil de Baixo pra Cima foi tema de palestra na Faculdade Católica de Feira de Santana

31/10/2017
MOC 50 Anos: Reinventando um Brasil de Baixo pra Cima foi tema de palestra na Faculdade Católica de Feira de Santana

#MOC_PorumSertãoJusto

Na noite da segunda-feira, 30 de outubro de 2017, ano que o Movimento de Organização Comunitária - MOC completou seu cinquentenário de história, realizou-se mais um grande momento histórico e marcante através da palestra: MOC 50 Anos: Reinventando um Brasil de Baixo pra Cima, que permitiu reviver sua trajetória e resistência, assim como reafirmar a insistência, luta e busca constante por mais conquistas no Semiárido Baiano. A palestra contou com apresentação de relatos, diálogos e reflexões, da conjuntura política atual do Brasil, abordando assim sobre a responsabilidade social de se reinventar o Brasil de baixo para cima. Discutiu ainda sobre importância da organização comunitária da população, nos tempos de exceção.

Um dos diretores do MOC Jorge Nery, mentor da articulação dessa palestra, abriu o momento relembrando a caminhada inicial do MOC, que começou por meio de ações sociais da igreja católica, relatando assim a importância de realizar esse diálogo naquele espaço da Faculdade Católica. “O MOC nasceu em período em que o estado de exceção, o estado de direitos democráticos do Brasil, estava suspenso e nos assistimos esse momento 50 anos depois em um cenário também muito difícil, para o nosso povo e para o Estado democrático de direito. (...). É importante agradecer a igreja católica por acolher esses movimentos e o MOC é um deles que dura 50 anos”, frisou Nery.

Diante de um público de padres, seminarista, equipe MOC, representantes de entidades e sociedade civil foi formada à mesa pelos convidados especiais, sendo eles: Dom Zanoni Demettino (Arcebispo metropolitano de Feira de Santana), professor José Jerônimo de Morais (Presidente do MOC), Naidison Quintella (Presidente da ASA Nacional e Coordenador da ASA Bahia), o professor Albertino Carneiro (Fundador do MOC), Padre
Hipólito representando o Padre João Eudes da direção da Faculdade e representando os padres da cidade Luiz Rodrigues.

Abrindo as falas, o Arcebispo após parabenizar a estrutura sólida do MOC, ressaltando a importância de se ter naquele momento de fundação, assim como na situação atual do país uma organização que busca incansavelmente organizar a população em busca por direito de viver dignamente. “Nós vivemos num momento de crise, não somente uma crise econômica e politica, mas também de identidade, perdendo o nosso ser brasileiro, e ao celebrar esse momento eu creio que é fundamental termos consciência do que somos, e aquilo que marca a nossa história a constituição do nosso povo, da nossa gente brasileira. O desafio é passar para nova geração, a juventude, que as vezes tem uma visão do mundo de maneira distorcida”, enfatizou o Arcebispo.

O senhor Albertino Carneiro relembra os tempo difíceis que enfrentou na fundação da instituição, que segundo ele tanto foi confundida por um movimento qualquer de integração, ou até mesmo de desordem em uma época que não existia democracia muito menos liberdade de se expressar e se organizar, aborda ainda que parece um sonho que aquelas ações de organizar a comunidade naquela época chegasse tão longe como o MOC chegou com os seus 50 anos. “Sempre me baseie em uma frase do Papa João Paulo XXIII que dizia: no mundo há muita boa vontade de espalhar, precisa ter quem ajunte. E quando penso nesses 50 anos vejo que se juntou tanta boa vontade que eu nem esperava”, expressou o fundador.

Seguindo a noite o presidente do MOC José Jerônimo traz em sua fala o “Sertão Justo” que se resume em “Ser Justo” onde todos/as se reconheçam irmãos. “Esse reinventar o Brasil vem do seu próprio povo, que significa o povo tomando pra si o seu próprio destino, essa é a grande lição que o MOC vem dando (...). O MOC representa uma descoberta do Brasil, com uma cobertura do Brasil naquilo que ele tem de mais significativo que é o seu próprio povo e como um povo nordestino tem o seu próprio caráter, a sua própria experiência de vida e seus anseios e é isso que se resumo é a história do MOC (...). Os próximos 50 anos já começaram a contagem”, destacou o Presidente.

Segundo Naidson Baptista o MOC nasceu em plena mentalidade de combate à seca, hoje não se fala dessas coisas e não se quer essas coisas, quer outras perspectivas, como o elemento chave da Convivência no Semiárido, que são as cisternas. (...) Hoje isso se transformou em uma política com uma legislação, com um orçamento que o governo Temer está diminuindo cada dia que passa. “Isso significa que a gente tem muito o que lutar e o que resistir para construir um sertão justo. O MOC nasceu e hoje ao celebrar 50 anos tem dentro de sim o desafio de resistir, nós não podemos nos nos satisfazer, o sentindo dessa festa é nos alimentar para continuar no caminho”, ressaltou Naidson.

Celia Firmo (Coordenadora Geral do MOC) fez um breve relato sobre os programas que norteiam e dão sustento ao trabalho e ações do MOC, desenvolvidas nos territórios de atuação, Bacia do Jacuípe, Sisal e Portal do Sertão. E destaca a importância desse espaço de reflexão. “É muito importante está aqui nesse espaço, porque como disse Naidson e os demais a gente vai construindo o mundo de mãos dadas”, comentou Célia.

A noite percorreu uma forte e bonita caminhada de histórias, relatos, memórias, agradecimentos, aplausos, conhecimentos e aprendizados, e à cima de tudo a esperança, certeza e fé que essa trajetória de 50 anos construída pelos sujeitos protagonista de suas vidas vai continuar cada vez mais aguerrilhada de lutas e conquistas por um Sertão justo, reinventado pela liberdade, igualdade, justiça, dignidade e autonomia os direitos que o povo brasileiro precisa ter, em especial no Semiárido.


Por: Robervania Cunha
Programa de Comunicação do MOC