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Comunidade de Bastião recebe pessoas de cinco estados para Intercâmbio na construção da Cisterna Telhadão
25/05/2017
E tudo começou numa ação de união,
determinação e colaboração. Não poderia ser diferente. A comunidade de Bastião,
distante 15km da sede Retirolândia recebe durante toda essa semana grupo
pedreiros, coordenadores/as e técnicos/as para participar do intercâmbio de
troca de saberes sobre as técnicas de construção da Cisterna Telhadão.
Essa é mais uma tecnologia que tem como
objetivo captar a água de chuva por meio de um telhado de fibrocimento,
construído com aproximadamente 220 m². Com essa área, 300/400mm de chuva são
suficientes para encher a cisterna, que tem capacidade para 52 mil litros.
Segundo o engenheiro civil e
professor da Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS) que acompanha a
obra, Paulo Roberto Lopes, fala da proposta de construção para esse projeto. “Esse
é um tipo de cisterna diferente do quem sendo construído pela ASA e pelo MOC, é
um telhado de 200m2, ele é basicamente feito com telhado de madeira
e fibrocimento, mas nós vamos testar aqui dois tipos de pilares, ou pilar de
madeira ou pilar de concreto e PVC, que pode ser aplicável com a região do
Nordeste e analisar qual pode ser desenvolvido em outras comunidades. A área de
captação do telhadão é similar à do calçadão, no entanto o telhadão há possibilidade
e de utilizar o espaço embaixo do telhado seja para armazenamento de sementes,
viveiros de mudas, galinheiros, então ela tem um melhor uso do espaço”,
completa o professor.
Na comunidade o grupo conhece todo o processo
inicial de construção, avalia as técnicas e fazem as troca de conhecimento que
será compartilhado para mais 15 comunidades dentre os estados de Pernambuco,
Bahia, Ceará, Minas Gerais e Piauí. Na Bahia, os municípios de Ichu, comunidade
de Barra e o município de Barrocas, comunidade de Lagedinho também receberão a
tecnologia.
O intercambio faz parte das ações Articulação Semiárido Brasileiro (ASA)
sendo o MOC a única entidade a executar esse projeto na Bahia. Segundo a
Coordenadora do Programa de Água, Produção de Alimento e Agroecologia (PAPAA)
do MOC, Ana Dalva Santana, ressalta a importância do projeto. “Para a gente do
MOC é a construção de uma nova proposta de captação de água que está garantindo
direito. O direito a água com qualidade que vai possibilitar a região semiárida
maior condição de captar água da chuva e garantir a estocagem da água na
segurança alimentar e nutricional, da multiplicação da semente, da produção de
alimento, de agregação de valores e produção de renda. Então na perspectiva no
campo da diversidade o projeto traz isso na bagagem”, completa.
Antônio Barbosa, coordenador
do Programa P1+2 da Articulação Semiárido Brasileiro (ASA), fala da tecnologia
piloto como um instrumento para ampliar o estoque de água no Semiárido. “A ASA
tem trabalhando sempre para ampliar o número de tecnologias disponíveis para a convivência
com o Semiárido. O estoque de água para produção de alimentos tem sido a
caminhada da ASA. Temos várias cisternas construídas: de consumo, de enxurrada,
calçadão, barragens subterrâneas, tanques de pedras, barreiro trincheiro, bomba
popular, barraginhas, e a ideia é testar essa tecnologia da cisterna telhadão
numa perspectiva comunitária. Obviamente que estamos falando de um projeto
piloto, mas é analisar a forma mais interessante de captar água e de aproveitar
o espaço em baixo, guardar ferramentas, estocar alimento, porque estamos
falando de 200m2, são iniciativas para grupos comunitários, que tem
todo potencial para se desenvolver”.
Para muitos pedreiros a
construção das cisterna sociais não são simplesmente construir, pois o valor simbólico
agregados nas tecnologias proporcionam a garantia da qualidade de vida para
muitas famílias. O pedreiro Antônio Jorge da Silva, de Pesqueira, Pernambuco, fala
sobre a construções de cisternas de projetos de captação de água, “eu acho muito
importante e eu gosto muito de trabalhar com essas cisternas. Eu deixei muitos
trabalhos para traz porque essas cisternas ela não ajuda apenas as pessoas elas
ajudam uma comunidade”.
A comunidade de Bastião é a primeira a
receber a tecnologia da ASA em parceria com o MOC, segundo dona Aládia de
Oliveira, moradora da comunidade a mais de 60 anos, fala das ações dos projetos
na comunidade, “eu aprecio muito me orgulho de ver o povo trabalhar com coragem”.
Dona Zete Rios, moradora da comunidade, ressalta
sobre a confiança no projeto. “Estou acreditando nesse projeto, confiando que
vai dá certo, basta o povo se unir mais para a gente ver que tudo pode melhorar”.
O sentimento de cooperação é nítido nos
processos de construção de uma nova tecnologia que agrega acima de tudo ações
conjuntas para a comunidade. Bastião inicia os primeiros passos de uma nova
caminhada para muitas famílias que acredito na potencialidade de um Semiárido
justo e com igualdade para todos e todas.
Veja a galeria de fotos: https://www.facebook.com/pg/MOC-Movimento-de-Organiza%C3%A7%C3%A3o-Comunit%C3%A1ria-176802699081262/photos/?tab=album&album_id=1362020710559449
Kivia Carneiro
Comunicóloga
Programa de Comunicação do MOC