A importância da educação contextualizada para a convivência com o Semiárido é tema de Encontro Nacional

13/09/2016
A importância da educação contextualizada para a convivência com o Semiárido é tema de Encontro Nacional

O MOC junto a agricultores/as, educadores/as e representantes das organizações da sociedade civil debatem no Piauí a educação no campo a partir de experiências que vêm modificando a realidade de escolas e comunidade rurais.

O Movimento de Organização Comunitária (MOC) e todas as instituições que fazem parte da Articulação no Semiárido Brasileiro - Rede ASA Brasil, que se estende de Minas Gerais ao Maranhão, participam de hoje (13) até o dia 15 de setembro do Encontro Nacional de Educação Contextualizada que acontece em Teresina, Piauí.

A coordenadora no MOC do Programa de Educação do Campo Contextualizada (Peconte), Vera Carneiro, representando a Rede de Educação do Semiárido Brasileiro (RESAB) participa da primeira mesa de debate ao lado do educador Miguel Arroyo, referência nacional em educação integral, que falará sobre o papel da educação na transformação social. Vera ressalta a importância de unir forças na construção de políticas públicas de educação contextualizada.

O evento que faz parte da estratégia de formação do Projeto Cisternas nas Escolas, desenvolvido pela Asa Brasil e pretende discutir sobre a contribuição da educação contextualizada para a convivência com o Semiárido apontando caminhos para superar os desafios de transformar o ensino do campo. Busca também contribuir para a consolidação de uma proposta de educação para o Semiárido, que respeite e valorize o contexto, as identidades, a cultura e a sua diversidade.

“Nesse evento vamos socializar as experiências exitosas com a educação para convivência com o Semiárido e como o projeto Cisternas nas Escolas contribuiu e poderá contribuir para que todas as crianças tenham garantida essa educação que valoriza o meio onde elas vivem, partindo do local para o local, tendo a cisterna como elemento pedagógico”, ressalta Bernadete Carneiro, técnica do MOC representando a instituição no encontro.

Ainda na tarde deste primeiro dia as delegações estaduais vão apresentar os acúmulos e as trajetórias da ASA no campo da educação contextualizada ao espaço rural no Semiárido. Após a apresentação de todos os estados, vai ser construído um panorama a partir dos desafios e oportunidades para a continuidade da incidência da ASA nesta temática. 
Também haverá apresentação de experiências em educação contextualizada para evidenciar as diversas propostas metodológicas e as abordagens desta forma de ensino de temas vitais para a convivência com o Semiárido, como agroecologia, reforma agrária, políticas públicas, sexualidade e gênero e singularidades dos povos e populações tradicionais.

Cisternas nas Escolas 
Diversas organizações que formam a rede ASA incidem há anos na temática da educação contextualizada. E, em 2010, a partir de uma provocação do Unicef e inspirada na trajetória destas experiências, a ASA começou a executar o Programa Cisternas nas Escolas, que provém as instituições de ensino na zona rural com uma cisterna com capacidade para 52 mil litros e capacitações da comunidade escolar em gestão de água e educação contextualizada.

Nesta perspectiva, a escola passa a promover reflexões sobre o acesso à água no Semiárido não a partir da escassez do recurso devido a uma causa ambiental, mas a partir de uma visão crítica sobre a histórica concentração da água, fruto da forte desigualdade social. Essa visão crítica também desmistifica a imagem do Semiárido como um local inóspito e sem vida.

Dados da ASA Brasil sobre o programa Cisternas nas Escolas
• 3.405 cisternas escolares de 52 mil litros construídas desde 2010;
• 381 capacitações em Gerenciamento de Recursos Hídricos Escolares com a participação de 6.496 pessoas;
• 677 oficinas de Educação Contextualizada com a participação de 13.039 educadores e educadoras;
• 219.198 crianças e 18.705 adolescentes atendidos na última etapa do programa.

Por:
Maria José Esteves
Programa de Comunicação do MOC