Grito dos Excluídos ecoa vozes no 07 de setembro

08/09/2015
Grito dos Excluídos ecoa vozes no 07 de setembro

Centenas de pessoas nos Territórios do Sisal, Portal do Sertão e Bacia do Jacuípe, áreas de atuação do MOC, saíram de suas casas e participaram do desfile em comemoração ao dia 7 de setembro. Alguns pela representatividade da data e outros pela tradição do evento nas praças e ruas de seus respectivos municípios.
 
Não menos despercebido, mas ainda tímido, o Grito dos Excluídos, que está na sua 21ª edição, ecoou suas vozes nas vias junto ao desfile cívico. Em defesa do tema “Que país é este que mata a gente, que a mídia mente e nos consome?”, impulsionou os passos das pessoas que ainda buscam lutar pelos direitos e pela liberdade de expressão no nosso país. 
 
O MOC e várias entidades prepararam o Grito dos Excluídos deste ano que é um movimento articulado nacionalmente com o objetivo de unir forças para lutar por aqueles que não têm vez na sociedade. Foram várias reuniões com líderes locais e territoriais para reforçar o diálogo entre as pastorais e movimentos sociais, partindo de elementos que conjugam forças, conteúdos e metodologias que favorecem o processo democrático para denunciar e desmentir a mídia que defende aos interesses das classes dominantes.
 
O Grito dos Excluídos é sempre um momento de ‘encontro de gritos e clamores por justiça’, onde os movimentos sociais, religiosos, sindicais dentre outros, unem seus gritos para denunciar a violação dos direitos humanos e as injustiças que afetam a vida do povo. Os manifestos são clamores desse povo contra os descasos conferidos a direitos fundamentais como a saúde, a educação, o transporte...
 
“Em Feira de Santana, as manifestações se deram contra a arbitrariedade com que gestores públicos decidem sobre o que é melhor para a população, sem processos de escuta e participação das pessoas”, enfatiza Vandalva Oliveira, Coordenadora Pedagógica do MOC.   “Foi perceptível que parte da população presente na avenida, não detinha a consciência sobre a importância da coletivização dos gritos. O papel ‘mentiroso da grande mídia’, confunde as manifestações com ‘baderna’ e sem a consciência crítica para ler a realidade como ela é, e não como mostram ser, as pessoas tendem a criminalizar os movimentos nas ruas e sua prática”, complementa.
 
Atores Sociais
Nestes anos 21 anos de caminhada foram incorporados novos atores sociais que tem a tarefa de reforçar o processo e unir àqueles que vivem a cada dia o compromisso da superação da miséria e exclusão. Uma manifestação popular que carrega consigo grandes bandeiras de lutas, o Grito dos Excluídos dá espaços a pluralidade de movimentos, entidades sociais comprometidas com as mais variadas causas de negligências e desigualdades encontradas atualmente no nosso país. Frente a isso, um aspecto relevante para o tema do Grito é a ação da comunicação de massa e como ela está desinformando e conseguindo manipular e persuadir grande parte da população.
 
“A mídia que mente e mata a consciência de ‘tantas gentes’, consegue sufocar ‘nestas gentes’ sua condição de oprimidas (que inconscientemente converge com seu opressor) e vitimas de um sistema político que se coloca a serviço de uma burguesia que historicamente se manteve no poder em detrimento dos interesses do povo”, enfatiza Vandalva.
 
Vale salientar que qualquer meio de comunicação existente no Brasil tem outorga para funcionar num período de 10 anos e que tem o direito de comunicar para todos de forma igualitária.  Mas, a maioria dessas concessões estão nas mãos de políticos, grandes empresários que formaram acordos políticos/partidários em contrapartida de serviços comercias gerando um grande monopólio esquecendo-se e mal sabendo os usuários que radiofrequências são bens públicos.
 
E como o Grito dos Excluídos são para todos, cabe ao MOC e todos àqueles que buscam garantir o direito de crianças, adolescentes, homens, mulheres, agricultores (as), professores(as), comunicadores(as) populares, entidades sociais, comunicar de forma livre e falar numa única linguagem: igualdade. Que ela seja o berço das vozes de outros tantos dias incansáveis de lutas e direitos.
 
“O MOC continuará se articulando com outros movimentos para ocupar as ruas e gritar pela descriminalização dos movimentos sociais, pelo fim da violência que cessa vidas cotidianamente e pelo respeito à democracia, dentre outros gritos que não serão calados nem sufocados por uma mídia que mente e mata a consciência humana”, conclui Vandalva.

 

Por
Maria José Esteves
Jornalista / Programa de Comunicação do MOC