Água de beber para famílias do Sertão

22/09/2004

No dia 22 de setembro, 80 famílias de Lamarão e Quijingue, na Região Sisaleira, inauguraram suas novas cisternas. Os tanques foram construídas pelo Projeto Água e Cidadania, uma parceria entre o MOC e as empresas Solvay Indupa e Amanco Brasil que faz parte do Programa 1 Milhão de Cisternas, coordenado pela ASA (Articulação no Semi-Árido Brasileiro).

A inauguração das cisternas na comunidade de Sítio Santana no município de Lamarão, a 56 km de Feira de Santana, contou com a participação de várias comunidades rurais da região sisaleira. Além de Luis Anselmo Pereira de Souza, diretor do Departamento de Gestão Integrada da Política no Ministério de Desenvolvimento Social e Combate à Fome e de André Spitz, presidente do COEP (Comitê das Entidades de Combate à Fome e pela Vida) e membro do CONSEA (Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional), estiveram presentes representantes das empresas parceiras e o secretário-executivo do MOC, Naidison Baptista.

As 80 cisternas constituem o segundo lote do Projeto Água e Cidadania, totalizando 140 cisternas já instaladas na região desde o ano passado. O objetivo é melhorar a qualidade de vida das pessoas que convivem com as secas cíclicas da região e conscientizar as famílias para a viabilidade de viver nas regiões semi-áridas de forma autônoma e produtiva. Dados do MOC apontam para uma redução de 98,8% nos casos de diarréia entre as famílias que já dispõem dos reservatórios. O projeto Água e Cidadania faz parte do Programa 1 Milhão de Cisternas, desenvolvida pela ASA (Articulação no Semi-Árido Brasileiro), que já construiu mais de 2 mil cisternas na região. Cada cisterna tem capacidade para armazenar 16 mil litros de água. "Esse volume assegura o sustento de seis pessoas durante um período de oito meses, bebendo e cozinhando", afirma Nilton Freire, coordenador do subprograma de Recursos Hídricos do MOC.

A capacitação das famílias para o uso racional da água é feita pelo MOC. A entidade promove cursos sobre os cuidados necessários para manter a qualidade da água, prevenção de doenças decorrentes de ingestão de água sem tratamento e uso consciente da água.

As famílias beneficiadas são escolhidas por comissões municipais, formadas por representantes da sociedade civil, sindicatos rurais e igreja. A própria comunidade constrói as cisternas em sistema de mutirão, reduzindo os custos para a mão-de-obra. Todas as famílias recebem orientação antecipada sobre o gerenciamento, tratamento e uso da água armazenada durante o período das chuvas.