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Surge um novo espaço de participação política para os jovens baianos, o Conselho Estadual de Juventude, que está sendo formado e integrado por jovens que tomaram posse no dia 21 de janeiro, pela manhã, no Instituto Anísio Teixeira, em Salvador. Estará presente na cerimônia, o governador do estado Jacques Wagner, Rui Costa, secretário de Relações Institucionais, Luiza Bairros, secretária de Promoção Social, entre outros secretários e deputados.

Criado a partir da Lei Estadual de setembro de 2008, o conselho conta com a participação de 60 integrantes de todo o estado, 30 titulares e 30 suplentes, sendo 20 representantes dos movimentos da sociedade civil e 10 do poder público em ambos os casos. Entre eles está o jovem Felipe Freitas, que faz parte da Pastoral da Juventude de Feira de Santana.

Segundo o jovem que tem 21 anos e milita em movimentos sociais desde os 15, o conselho tem uma missão fundamental que é apontar políticas para a juventude. “Os jovens, principalmente os do interior - o jovem rural - tem demandas específicas e que não estão sendo contempladas pelos governos, tanto estaduais como municipais, as questões de raça e geração são negligenciadas em todas as esferas”, afirma.

O estudante de direito ainda ressalta que uma das pautas principais a serem levadas por ele até o conselho é a questão da segurança pública, devido aos altos índices de violência cometida por agentes do estado envolvendo a morte de jovens. “A violência e a representação que criminaliza o jovem, principalmente o negro e pobre, dentro do quadro da segurança pública do estado é preocupante, não basta reprimir com uma polícia violenta, é preciso criar oportunidades de educação e emprego para que este jovem não entre na marginalidade”, afirma Felipe Freitas.

Conselho não pode ficar no papel - Outro jovem que também integra o conselho é Dailson Andrade, do município de Tucano, presidente do Coletivo Regional de Juventude e Participação Social, que reúne jovens dos territórios do Portal do Sertão, Sisal, Bacia do Jacuípe, Recôncavo e Semi-árido Nordeste II. Para Dailson esse será um espaço de interlocução dos movimentos juvenis espalhados pelo estado. “É o momento da sociedade pautar a juventude como prioridade. Porém se não fazermos valer este espaço, ficaremos com as idéias apenas no papel, o conselho tem que ser ouvido e respeitado acima de tudo” afirma Dailson.

O conselho tem papel consultivo, no sentido de apresentar recomendações e monitorar as políticas públicas voltadas para a juventude no Estado da Bahia, além ser um espaço de debate. Entre as pautas, os jovens trazem como prioridade questões de segurança pública e racial, além das questões de gênero e emprego, que serão discutidas na tarde de hoje.

O Coletivo regional que representa cinco territórios irá apresentar nesta reunião as suas demandas, entre elas a discussão étnico-racial e de gênero, além das questões já pautadas pela juventude rural e que se fazem presentes nestes quatro anos de debate do grupo. O Movimento de Organização Comunitária (MOC) é uma das entidades baianas que representa a juventude no Conselho Nacional de Juventude.