Os passos da educação integral em Morro do Chapéu

24/09/2008

A educação integral é um direito de todas as crianças e adolescentes garantidas pela Lei de Diretrizes de Base, de 1996. No entanto, essa é uma política que ainda encontra muitas barreiras para ser implementada, principalmente a nível municipal.
Em Morro do Chapéu, município situado a 289 km de Feira de Santana, a educação integral é uma experiência realizada em uma das 93 escolas, geridas pelo governo municipal, por isso a experiência é considerada como piloto.

Entre os dias 18 e 19 de setembro a Escola municipal Elizabete Vasconcelos recebeu a visita de técnicos do Programa de Educação do Campo do Movimento de Organização Comunitária (MOC). O intercâmbio foi uma oportunidade de trocar a experiência das ações realizadas no município e as ações da jornada ampliada, coordenadas pelo programa no Território do Sisal. O município de Morro do Chapéu é acompanhado pelo MOC no desenvolvimento das Ações Sócio-educativas do Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (PETI), no entanto, esse projeto piloto é uma iniciativa da Secretaria de Educação do município.

A escola e a experiência - A Escola Municipal Elisabete Vasconcelos desenvolve a proposta de educação integral com 7 turmas do primeiro ciclo do Ensino Fundamental, totalizando 153 crianças. A estrutura física da escola – 7 salas de aula, 1 sala de leitura, área da cozinha e de refeição, pátio, 3 banheiros e sala da direção, facilita o desenvolvimento da proposta, pois as ações complementares são desenvolvidas no contra-turno dentro do mesmo espaço.

Segundo Zhara Leite, técnica do MOC, a escola é um exemplo porque além do espaço físico, existe uma organização pedagógica do espaço escolar que é estimulador para o desenvolvimento das crianças. “O ambiente alfabetizador das salas sugere um diálogo constante com as crianças, painéis – do calendário, do tempo/clima, de produções das crianças, dos direitos das crianças, do alfabeto, dos nomes da turma, dentre outros, que são instrumentos didáticos que auxiliam o professor no desenvolvimento da rotina das turmas”, afirma Zhara.

A experiência curricular formal é desenvolvida no turno da manhã com todas as turmas. As professoras, com o auxílio de monitoras, trabalham os conteúdos disciplinares das áreas de Língua Portuguesa. A proposta de currículo diversificado e complementar é trabalhada no turno da tarde, com oficinas temáticas de artesanato, reciclagem, música, dança, jogos, Karatê, leitura e teatro. Por dia, são realizadas duas oficinas temáticas em cada turma.

A escola parte de uma metodologia construtivista, que ajuda a integrar as atividades dos dois turnos. “A metodologia de trabalho é interdisciplinar, e quer construir uma aprendizagem significativa das crianças”, explica a coordenadora pedagógica Semari Reis Coelho. A temática orientadora do planejamento nas I e II unidades foi Identidade Cultural e da III unidade está sendo desenvolvido a temática dos Direitos das Crianças.

Trabalho com a comunidade - A escola atende as comunidades da periferia do Município de Morro do Chapéu, envolvendo 242 crianças com idade entre 04 e 10 anos. “Estas crianças possuem uma baixa condição social, e é na escola muitas vezes que elas têm sua alimentação diária e acesso a arte, esporte, dança e outras coisas necessárias para o seu desenvolvimento”, ressalta a diretora Marivalda Rocha Nogueira.


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