Baú de Leitura é apresentado em Brasília

06/08/2008

O debate sobre educação reuniu no Encontro de Políticas Públicas de Educação Infantil do Campo diversas organizações do país para levantar propostas e socializar as experiências já desenvolvidas e que tem bons resultados. O encontro aconteceu entre os dias 30 de julho e 01 de agosto, em Brasília.


Promovido pelo Ministério da Educação e Ministério do Desenvolvimento Agrário, o encontro teve como principal objetivo socializar o debate que o governo federal está fazendo sobre a educação infantil do campo (0 a 6 anos) e iniciativas de políticas em curso, as propostas de educação infantil, além de apresentar e discutir um Plano de Trabalho do GT Educação Infantil do Campo.


O público participante foi composto de educadores, professores de universidades, entidades e movimentos como a Confederação Nacional dos Trabalhadores da Agricultura, Rede de Educação do Semi-árido Brasileiro, Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra, Movimento de Organização Comunitária, órgãos públicos e ministérios.


As entidades contribuíram apresentando suas experiências, entre elas o MOC, que mostrou o Projeto Baú de Leitura, que contempla crianças a partir de cinco anos de idade, inseridas na Jornada Ampliada e no Projeto Conhecer, Analisar e Transformar a realidade do Campo (CAT).


Segundo Vera Carneiro, coordenadora do Programa de Educação do Campo, que representou o MOC no evento, foi um debate muito interessante, porque após a apresentação surgiram polêmicas em relação ao debate sobre educação infantil para as crianças do MST.  “É muito importante não só para as crianças, mas para as mulheres do campo terem onde colocar seus filhos, para garantir a geração de renda da família”, afirma Vera Carneiro.


O debate abordou as lutas das mulheres do campo, visto que a educação infantil historicamente em nosso país sempre foi uma tarefa deixada para as mulheres. No campo não existem creches, nem a chamada pré-escola. As crianças até os seis anos freqüentam as salas de aula com outras crianças maiores, quebrando processos de seu próprio desenvolvimento, como o acesso aos conhecimentos historicamente produzidos e socialização com outras crianças de sua idade.


Sobre a questão de gênero dentro desta discussão, Vera também afirma que a taxa de participação da mulher do campo, que tem filhos, é muito pequena, pois ela precisa ficar cuidando dos filhos que não tem onde deixar. “Garantir a educação infantil no campo, faz parte também da luta por equidade de gênero, além da luta pela garantia da efetivação dos direitos das crianças” ressalta.

Propostas - Com um público de aproximadamente 70 pessoas reunidas no auditório do MEC, foram estabelecidas propostas e encaminhamentos, entre eles a continuidade dos estudos, o levantamento de demandas com as famílias no campo e a realização de reuniões ampliadas com professores.

Como propostas foi pensada a formação de professores, construção de material pedagógico específico para educação do campo, disponibilização de recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) para construção de infra-estrutura adaptada à realidade do campo, entre outras.


Para dar continuidade ao debate ficou definido que em novembro será realizado outro Seminário Nacional para socializar o andamento destes encaminhamentos.


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