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Governo garante 100 mil cisternas até 2010
20/02/2008
O semi-árido brasileiro, marcado pelas desigualdades econômicas e pela distribuição irregular de riquezas, tem nas primeiras ações de combate à seca a raiz do assistencialismo, uma ação praticada pelo governo durante muito tempo. No entanto, no decorrer dos anos a população que vive nesta região tem assistido ao surgimento de políticas públicas adequadas, que são defendidas por entidades que atuam na luta pela convivência com o semi-árido.
Símbolo da convivência e da permanência do homem no campo, as cisternas têm permitido a milhares de famílias obter água de boa qualidade para beber, cozinhar e produzir. Como forma de garantir que a água da chuva ajude na sobrevivência de novas famílias, o Governo do Estado assinou nesta quarta-feira (20.02), em Irecê, um convênio de R$ 24 milhões de reais para a construção de mais de 12 mil cisternas.
O convênio faz parte do projeto Água para Todos, que segundo o Governo do Estado, é uma ferramenta para combater as distorções regionais. "Só este ano devemos fechar 30 mil cisternas que se somarão as mais de 12 mil construídas no ano passado. Nosso objetivo é atingir 100 mil novas cisternas no semi-árido baiano até o final do governo. O semi-árido é foco da nossa atenção", afirmou Wagner em seu programa de rádio.
As bases do projeto – O projeto Água para Todos surgiu a partir de um seminário realizado em agosto de 2006 na Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS), onde o movimento social do Território do Sisal apresentou políticas públicas para o semi-árido. Nesta ocasião, Wagner, que era candidato ao Governo Estadual, assinou uma agenda política com as seguintes prioridades: Agricultura Familiar; Acesso à Água e à Terra; Educação; Segurança; Assistência Técnica Rural; Geração de Trabalho e Renda; Saúde; Cultura;Esporte e Comunicação Social.
A proposta do “Água para Todos” é construir cisternas utilizando a metodologia de trabalho da Articulação no Semi-Árido Brasileiro (ASA Brasil), que a partir de um processo educativo e de mobilização social, ultrapassa os limites técnicos da obra capacitando as famílias beneficiadas no manuseio e tratamento da água armazenada. Outra característica do projeto é o contrato com 12 Unidades Gestoras Municipais, entre elas, o Movimento de Organização Comunitária (MOC), que esteve representado durante a cerimônia pelo secretário executivo Naidison Baptista.
O MOC, através do Programa de Água e Segurança Alimentar (PASA) e com a ajuda das entidades da região, ficará responsável pela construção de 1.290 cisternas em 11 municípios dos Territórios Rurais do Sisal e Bacia do Jacuípe. Para o coordenador do PASA, Nilton Sampaio, o destaque do Água para Todos é a construção de mil cisternas calçadão que acumulam água para a produção. Nilton afirma que o MOC será responsável por 240, distribuídas nos municípios de Araci, Cansanção, Queimadas, Quijingue e Tucano.
Resultados alcançados pelo MOC – Entre as propostas do PASA, está a utilização de alternativas de convivência com o semi-árido para melhorar a qualidade de vida dos povos do campo. Uma das experiências testada e aprovada é a água de chuva captada e armazenada nas cisternas de placas com capacidade de 16.000 litros de água potável para o consumo humano. No ano de 2007, 1.171 cisternas foram construídas e 234 famílias passaram por um processo de reciclagem de como aproveitar melhor a água acumulada. No total, mais de 7 mil famílias já possuem água na porta de suas casas.
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