Monitores do PETI garantem representatividade legal

05/12/2007

Os monitores que acompanham crianças e adolescentes beneficiados pelo Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (PETI) se uniram para fundar a Associação Estadual dos Educadores Sociais do PETI (Amopeti). A nova entidade visa dar representatividade aos monitores que agora podem ocupar espaços na Comissão Estadual do PETI (COMPETI) e conselhos municipais e estaduais de combate ao trabalho infantil.

Segundo Jeane Cleia, presidente da Amopeti, antes da fundação da associação os monitores se organizavam em comissões para desenvolver as atividades do programa e participar dos espaços de discussão. “Com as ações desenvolvidas pelas diversas comissões em muitos municípios, nós encontrávamos a dificuldade de informar os 2.700 monitores sobre a situação do PETI e do trabalho infantil na Bahia”, conta.

A idéia de criar uma entidade para dar representatividade legal aos educadores sociais surgiu em um encontro com coordenadores de monitores que debateram Associativismo e Cooperativismo para fortalecer as discussões sobre geração de renda para as famílias do PETI.

“Percebemos que trabalhamos bastante a organização das famílias e que os monitores estavam sem se organizar formalmente, então constatamos a necessidade de ter personalidade jurídica para a garantia de nossos direitos”, explica Valter Almeida, secretário da Amopeti.

A primeira ação da nova entidade será debater e buscar soluções para a situação dos monitores no estado da Bahia que tem contrato até janeiro de 2009. “Hoje estamos organizados no PETI como monitores, mas essa não é uma situação estável. Somos contratados pelo Regime Especial de Direito Administrativo (REDA) e não somos classificados em uma categoria profissional. Então com a associação vamos tentar criar a categoria e desenvolver uma formação continuada com os educadores sociais para qualificar o apoio às famílias beneficiadas pelo programa”, explica Valter.

O que é o PETI - Criado em maio de 1996, o Programa de Erradicação do Trabalho Infantil atua no combate ao trabalho infantil no Brasil. O programa na Bahia foi implantado inicialmente na Região Sisaleira com o apoio do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF). O PETI acompanha crianças com até 15 anos de idade, que são assistidas por este programa que além da ajuda financeira, contribui para o desenvolvimento educacional.

Acompanhamento – As famílias beneficiadas são atendidas pelos monitores que dão suporte pedagógico a criança na jornada ampliada, que é o reforço escolar através da realização de atividades lúdicas e esportivas. “A jornada é o espaço de estar devolvendo para crianças e adolescentes os momentos perdidos de sua infância por causa trabalho infantil”, conta Edjane Estrela, monitora do PETI.

“Nosso objetivo não apenas trabalhar com os monitores do PETI, mas estar envolvendo educadores da escola regular para se unirem na luta pela erradicação do trabalho infantil”, afirma Jeane.

No período de 10 a 12 de dezembro será realizado o Encontro de Avaliação final com coordenadores do PETI e Baú de Leitura que atuam nas regiões Sisaleira, Bacia do Jacuípe, Portal do Sertão e Piemonte da Diamantina para avaliar as atividades de 2007. Na ocasião, os educadores estarão apresentando as experiências pedagógicas que tiveram melhores resultados na jornada ampliada. O encontro acontece na sede do MOC, no bairro do Cruzeiro, às 9h.


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