Marcha das Margaridas: 2007 razões para marchar

29/08/2007

[Agência Mandacaru]

Com o lema ''Contra a Fome, a Pobreza e a Violência Sexista'', a terceira Marcha das Margaridas aconteceu nos dias 21 e 22 de agosto em Brasília e reuniu mais de 50 mil trabalhadoras que reivindicaram questões significativas como a garantia de emprego, melhores condições de vida e trabalho das assalariadas rurais, política de valorização do salário mínimo, defesa de uma Previdência Social pública e solidária, melhorias na saúde pública e do Sistema Único de Saúde (SUS), educação do campo e o fim da violência contra as mulheres.

A Marcha das Margaridas é uma estratégia política criada e consolidada pelas mulheres trabalhadoras rurais para construir um novo Brasil com justiça, paz e igualdade de gênero. A trajetória da maior mobilização popular do Brasil começou em 2000. Essa Marcha culminou com uma grande mobilização em Brasília com cerca de 20 mil mulheres, precedida de atividades diversas em todo o país.

A experiência acumulada no ano de 2000 possibilitou a ampliação da Marcha em 2003. Com criatividade, ousadia e habilidade política as mulheres trabalhadoras rurais deram um exemplo de capacidade de organização. Souberam
construir parcerias e as condições para se fazerem presentes em Brasília, com 40 mil participantes dos mais diversos lugares do país, neste ano.

Região do Sisal em destaque - Além da mobilização aconteceu também a Feira Solidária da Agricultura Familiar no Pavilhão de Exposição do Parque da Cidade, onde contou com participação de representações de 27 estados do país expondo os seus produtos. Neste espaço a Região Sisal foi um dos destaques com os produtos da farinha da mandioca de Conceição do Coité, que agradou quem saboreou as delicias da mandioca.

Segundo Carmen Foro, Coordenadora Nacional de Mulheres Trabalhadoras Rurais da Contag e vice-presidente da CUT (Central Única dos Trabalhadores), a pauta teve 107 questões, mas existem 13 que precisam ser respondidas com urgência pelo governo. "O documento foi entregue ao governo no dia 25 de julho. Queremos uma resposta rápida para essas questões que são cruciais para as trabalhadoras rurais", afirma Carmen.

Os pontos prioritários foram a ampliação do Programa de Documentação da Trabalhadora Rural, aprovação do Projeto de Lei Babaçu Livre, efetivação do Proambiente, regularização das reservas extrativistas, soberania alimentar e nutricionais direito preservados e ampliados no sistema previdenciário, ampliação das políticas públicas que tratam do combate a violência contra a mulher e adequação para o meio rural e reforma agrária.

A Bahia participando - A Delegação do Estado da Bahia marcou presença com cerca de 140 mulheres e contou com o apoio dos Sindicatos dos Trabalhadores Rurais, Federação dos Trabalhadores Rurais e Agricultores Familiares (FETAG), Central Única dos Trabalhadores (CUT), Movimento de Mulheres Trabalhadoras Rurais (MMTR) e do Movimento de organização Comunitária (MOC).

Para Neide Santos, coordenadora regional do MMTR essa luta foi muito importante para as trabalhadoras rurais e resta agora a esperança de que o presidente venha atender as reivindicações. A jovem Daniele Lopes do grupo Revolution Raggae de Conceição do Coité também ressalta, “para mim foi um sonho e uma vitória muito grande principalmente para a região do sisal” conta emocionada.

Após a o pronunciamento das lideranças presentes na Marcha, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva garantiu que até o final do seu mandato fará o possível para atender as reivindicações feitas pelas Mulheres. “Esse momento vai ficar na história do Brasil, as Mulheres estão de parabéns por conseguir mobilizar o País e contribuir para o desenvolvimento da Nação”, comenta o presidente.


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