Realizando Sonhos

16/05/2007

O Ciclo da Agricultura Familiar e Economia Solidária que aconteceu em Feira de Santana, entre os dias 10 e 12 de maio, recebeu aproximadamente 3000 visitantes que participaram de seminários, trocas de experiências e produtos e principalmente da I Feira de Mulheres Produtoras. Durante a feira a população teve a oportunidade de adquirir os produtos dos 65 empreendimentos solidários produzidos pelas mulheres do projeto Mãos que Trabalham, grupos filiados a Arco Sertão e outras redes de empreendimentos.

De acordo com Elisângela Araújo, coordenadora da Federação dos Trabalhadores da Agricultura Familiar (FETRAF), a economia solidária é uma alternativa viável na agricultura familiar, em especial para mão de obra feminina no mercado solidário. “O fortalecimento da agricultura familiar através de ações como esta, de realizar um ciclo para expor idéias e produtos, mostra a organização dos movimentos sociais no sentido de impulsionar o setor da produção solidária”, explica.

Para Maria Luisa de Jesus, integrante da rede de produtoras em Ipirá, a Feira de Mulheres Produtoras foi a concretização do sonho de mostrar os produtos da agricultura familiar a outras regiões. Ela diz que na zona rural a comercialização torna-se difícil por não existir um mercado forte.

Durante os três dias da feira, as pessoas que freqüentaram a Praça Bernadino Bahia puderam adquirir bordados, bolsas, culinária e outros produtos típicos da Região Sisaleira, Bacia do Jacuípe e Portal do Sertão. Além da comercialização dos produtos, as mulheres produtoras e os visitantes assistiram a shows musicais produzidos pelos grupos Mulheres que Cantam e Encantam, Quixabeira da Matinha, repentistas e sanfoneiros.

De acordo com Naidison Baptista, secretário executivo do MOC, a agricultura familiar ao lado da economia solidária é relevante por proporcionar a sustentabilidade da população, não se preocupando apenas com os recursos financeiros. “Enquanto vivemos numa economia que as pessoas só pensam em competir e derrubar os semelhantes, onde o dinheiro é o principal objetivo, nós temos nesse evento de solidariedade o recurso financeiro apenas como um instrumento para criar condições para que as pessoas possam viver”, ressalta.

Para as mulheres produtoras as vendas foram gratificantes. A culinária e bolsas artesanais foram os produtos mais procurados durante a feira. “Nós trouxemos de Serrinha ovos e biscoitos, vendemos tudo. Essa foi uma boa chance para comercializar nossos produtos, pois agente só ficava em Serrinha e vindo aqui para Feira podemos mostrar para outra região as mercadorias”, afirma Maria de Lourdes de Jesus, integrante da Rede de Produtoras de Serrinha.

A coordenadora pedagógica do MOC, Célia Firmo, conta do grande sucesso do Ciclo e destaca que o desafio dessa edição do evento foi construir uma feira de produtos num espaço público. “Até então nós fazíamos feiras em espaços fechados pensando na proteção das mulheres achando que seria perigoso. Quebramos essa barreira das portas dos espaços fechados e hoje essa é a grande prova que nós temos organização para estar em qualquer lugar”, disse Célia.


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