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Técnicas simples de convivência com o semi-árido
18/04/2007
A Articulação no Semi-Árido Brasileiro (ASA), criada em julho de 1999, é um fórum de organizações da sociedade civil que atuam em prol do desenvolvimento social, econômico, político e cultural do semi-árido brasileiro. No dia 17 de abril a ASA lançou na comunidade Lajedo de Timbaúba, no município de Soledade, a aproximadamente 71 km de Campina Grande, o Programa Uma Terra e Duas Águas (P1+2).
O programa é desenvolvido pela ASA em parceria com a Petrobras e Fundação Banco do Brasil, com o apoio da Rede de Tecnologia Social (RTS). Através do acesso e manejo sustentáveis da terra e da água para a produção de alimentos, o P1+2 tem o objetivo de promover a segurança alimentar e geração de renda para os agricultores familiares.
Com a utilização de tecnologias simples e de baixo custo, o programa valoriza o conhecimento popular e mostra que existem alternativas eficientes de convivência com o semi-árido que não exigem grandes pesquisas científicas para a agricultura ou projetos de irrigação que demandam muito dinheiro e tempo para serem implantados.
A primeira etapa do P1+2, chamada de projeto demonstrativo, será desenvolvida em 60 municípios dos estados de Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Minas Gerais, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte e Sergipe e terá a duração de um ano. Durante esse período o programa irá trabalhar apenas com as experiências de tanque de pedra, barragem subterrânea, cisterna calçadão e barreiro trincheira, que beneficiarão 818 famílias.
Na Região Sisaleira- O Programa de Água e Segurança Alimentar (PASA) do MOC, em parceria com a ASA e outras organizações da sociedade civil, tem demonstrado que o problema da região não é a seca, mas a forma de enfrentar esse fenômeno.
Desde o ano passado, o PASA através do Projeto Pão para o Mundo construiu barragens subterrâneas e cisternas calçadão no município de Araci. Marcely Matos, técnica agrícola e integrante do PASA, disse que para a construção das barragens e cisternas foram mobilizadas 10 famílias, que passaram por capacitação técnica de construção e manutenção.
A experiência da barragem subterrânea não é novidade na Região Sisaleira. Em retirolândia, por exemplo,a família do agricultor Manoel Ferreira, conseguiu armazenar água suficiente para manter sua produção. Através de uma parede construída para dentro da terra, a barragem subterrânea barra as águas das chuvas que escorrem mo interior do solo e forma uma vazante artificial onde os agricultores ficam com um terreno molhado por longo período após a época chuvosa, permitindo a plantação mesmo em época de estiagem.
Marcely explica que os resultados em Araci ainda não podem ser vistos por causa do período da seca. “Estamos esperando o período das chuvas para encher a cisternas e ajudar no funcionamento da barragem. Após esse período, as famílias poderão plantar e obter bons resultados”, afirmou Marcely.