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O Movimento de Organização Comunitária (MOC) é uma entidade civil de direito privado para fins filantrópicos e não econômicos, de caráter beneficente, educacional, voltado para o desenvolvimento sustentável da sociedade humana, está em funcionamento desde outubro de 1967. 

A instituição tem como missão contribuir para o desenvolvimento sustentável, integral e integrado, a inclusão sociopolítica, econômica e cultural, bem como o exercício da cidadania de populações comumente excluídas, povos e comunidades tradicionais, encampando temáticas emergentes no campo das mudanças climáticas, das múltiplas identidades e na perspectiva da convivência com o Semiárido e da Agroecologia. 

A Assistência Técnica e Extensão Rural (ATER), na perspectiva da Agroecologia é uma área de atuação da instituição na busca de fortalecer e contribuir com as comunidades, por meio da construção coletiva do conhecimento, colaborando para ampliação das capacidades das famílias agricultoras para as resiliências climáticas e o bem viver no rural do semiárido baiano.

Desta forma, o MOC, a partir da Chamada ATER Agroecológica da Bahiater/Governo da Bahia 01/2018, atuou nos municípios de Araci, Baixa Grande, Conceição do Coité, Pintadas, Retirolândia, Riachão do Jacuípe e Santaluz atendendo famílias rurais, contribuindo para o fortalecimento da agricultura agroecológica e de Convivência com o Semiárido, estimulando a adoção de práticas sustentáveis e inovadoras que respeitem os ciclos naturais, promovam a biodiversidade, melhorem o equilíbrio dos ecossistemas agrícolas e desenvolvam a diversificação da produção de alimentos.

Nesta perspectiva, o MOC, estimulou para que as famílias agricultoras dos territórios da Bacia do Jacuípe e do Sisal ampliassem suas capacidades de resiliência, adotando práticas de estoque de alimentos através dos bancos familiares e comunitários de sementes, práticas de estoque de água por meio das tecnologias de captação e reuso de águas, como sistemas de reuso de águas cinzas e cisternas de placas, práticas de estoques de alimentação animal através do cultivo de palmas e forrageiras, além do cuidado e conservação do bioma caatinga, estimulando que as famílias e suas comunidades se tornem mais resilientes frente às mudanças climáticas.

A Chamada Agroecológica também atuou no estímulo e apoio no processo de fortalecimento do desenvolvimento comunitário, especialmente a partir da atuação junto aos grupos de mulheres,

associações e cooperativas, apoiando a diversificação da produção, o beneficiamento dos produtos e o acesso aos mercados locais e institucionais, especialmente por meio das feiras agroecológicas, pontos fixos de comercialização, Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) e Programa Nacional da Alimentação Escolar (PNAE). Essa ação buscou integrar as iniciativas produtivas de cada família, seja na produção de hortaliças através dos quintais agroecológicos, do beneficiamento da mandioca por meio das casas de farinha, ou do beneficiamento das frutas por meio das cozinhas comunitárias, essas iniciativas quando organizadas coletivamente desenvolve a capacidade produtiva para o acesso aos mercados.

Neste livro, sistematiza-se a experiência realizada no período de Agosto de 2020 a Agosto de 2023, no Projeto ATER Agroecológica, o qual ocorreu em um contexto de desafios climáticos e de segurança alimentar, perpassando por um período de pandemia, mas que foi possível construir com as famílias atendidas iniciativas inovadoras e necessárias para promover a agricultura agroecológica e de Convivência com o Semiárido, a qual atua especialmente na conservação do bioma caatinga e na melhoria da qualidade de vida das famílias rurais dos territórios da Bacia do Jacuípe e do Sisal.

Célia Santos Firmo
Coordenadora do Geral do MOC